João IV foi o 72º papa da história da Igreja Católica.
Nascido na Dalmácia, atual Croácia, no ano 600, João é um dos poucos papas provenientes do Leste Europeu. Era filho do advogado escolástico Venâncio e estudou em Roma, o que o deixou mais próximo do núcleo de poder da Igreja Católica. Ele viveu em uma época que o Império Romano enfrentava grandes dificuldades para se manter de pé. O seu próprio crescimento e poder criaram os contratempos que corroeram suas bases de sustentação. Havia muito território para se administrar e pouca capacidade militar e política para isso. Gerando uma série de revoltas, invasões, fragmentação de poder e escassez de mão-de-obra. Nesta época, contudo, o cristianismo já havia sido reconhecido como religião oficial do império e a Igreja Católica já se constituía como instituição dotada de muita influência e de grande poder político. De tal maneira que o poderio do Império Romano seria transferido para a instituição religiosa e inauguraria uma nova fase da história da humanidade que chamamos de História Medieval.
Com o falecimento do Papa Severino, João foi eleito para ser seu sucessor no dia 24 de dezembro de 640. O Papa João IV exerceu o papado por um breve período, mas teve muitos compromissos e desafios. Ele se esforçou para reconduzir a Igreja ao Egito, local onde havia muitos dissidentes. Por sinal, sua luta contra dissidentes e ideologias consideradas heréticas foi muito marcante. Em 641 ele condenou a teoria monotelista, uma vertente derivada do monofisismo que defendia a existência de uma única vontade em Jesus Cristo.
O Papa João IV também enfrentou problemas em sua terra natal. Em função da invasão dos povos eslavos na Dalmácia, ele enviou vários recursos econômicos e muitos missionários para tentar ajudar seu povo a suportar os ataques. Enquanto isso, em Roma, João IV transladou os mártires Venâncio, Anastácio e Mauro para Latrão e sagrou o monge irlandês Flamano com a missão de cuidar da Igreja, o que teria repercussão histórica de eficiência.
Faleceu no dia 12 de outubro de 642, encerrando seu curto papado de dois anos, e foi sucedido pelo Papa Teodoro I.
Fontes: DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.
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