O Papa Sabiniano foi o 65º papa da história da Igreja Católica.
Nascido no ano 530, Sabiniano nasceu em Blera. Foi um dedicado religioso durante toda sua vida. Sua dedicação foi naturalmente reconhecida por seus superiores na escala hierárquica da Igreja. De tal maneira, que o papa Gregório I o nomeou para diversos cargos importantes.
Apesar de sua dedicação à vida religiosa e de se destacar nas tarefas da Igreja, Sabiniano não obteve o mesmo sucesso em Constantinopla. O próprio papa Gregório I o escolheu para desempenhar a função de Núncio Apostólico na cidade, só que, nesta situação, ele não foi suficientemente astuto para lidar com os bizantinos e, assim, não correspondeu às expectativas do papa, que depositara confiança nele para intermediar questões no Oriente.
Ainda com o insucesso em Constantinopla, Sabiniano voltou para Roma, após quatro anos entre os bizantinos, com respaldo para ocupar o mais importante cargo da Igreja Católica. O papa Gregório I faleceu e, seis meses depois, ocorreu a eleição de seu sucessor. No dia 13 de setembro de 604, um conclave escolheu Sabiniano, que ainda teve que esperar alguns meses pela confirmação imperial e a posse. Toda essa demora para eleger e empossar o novo papa já demonstrava o nível de dificuldade que seu papado teria de enfrentar. De fato, as dificuldades foram muitas. A começar pela ameaça dos Lombardos e pela fome.
Os Lombardos, um dos chamados povos bárbaros, eram uma ameaça constante de invasão de Roma e ao cristianismo. Mas, passado o período mais intenso dessa ameaça, a Igreja dedicou-se a outras questões. A Igreja passou a vender os cereais de seu celeiro por preços muito mais altos do que os comumente praticados e também deixou de distribuí-los gratuitamente, como fazia Gregório I. Essa situação rendeu ao Papa Sabiniano a fama de avarento. Sabiniano também tentou desacreditar Gregório I, motivado por ciúmes que tinha pelo prestígio de seu antecessor que o acusou de fracassar em Constantinopla. Sua atitude só aumentou a antipatia do povo pelo Papa Sabiniano. Seu papado não tinha recursos financeiros suficientes, não podia distribuir comida como seu antecessor e pouco podia fazer para combater a grande fome que atingiu a cidade romana em 605. Alguns dizem que foi um papa tomado pelo ódio e que fracassou rapidamente.
O Papa Sabiniano é o responsável por tornar obrigatório o uso dos sinos nas igrejas para convocar os fieis para as missas e para celebrações importantes. Ele também decretou que as igrejas deveriam manter as luzes sempre acesas. Sabiniano, contudo, teve um papado muito curto, faleceu no dia 22 de fevereiro de 606 e foi substituído por Bonifácio III.
Fonte: DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
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