O Papa é o líder mundial da Igreja Católica. Não há um consenso sobre a origem do papado, alguns argumentam que teria relação com o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo e outros argumentam que seria relacionada com a organização da Igreja Romana no século I. O que se sabe é que havia líderes responsáveis pela Igreja de uma localidade. O primeiro documento que atesta oficialmente a existência de um Papa comandando a Igreja Católica é datado do final do século I, escrito por Clemente I, que foi o primeiro Pai Apostólico da Igreja.
O Papa era escolhido pelo voto, no princípio, do clero, do povo de Roma e de bispos de cidades vizinhas. Foi a partir de 1059 que a eleição se tornou restrita ao famoso Colégio dos Cardeais da Igreja Romana. Tradicionalmente, este faz sua escolha por aclamação, seleção por comissão ou votação em plenária. O Papa Urbano IV foi o último a ser eleito, 1378, que não era um cardeal quando passou a ocupar o posto máximo da Igreja. Recentemente, o Papa João Paulo II aboliu a votação por aclamação ou seleção por comissão, permitindo que a eleição de um Papa ocorra sempre somente em função do voto de todos os membros do Colégio de Cardeais.
O período de transição entre a morte de um Papa e a escolha de um novo é conhecido como sede vacante. Nesse momento, o Colégio de Cardeais fica responsável pelo governo da Igreja e do Vaticano sob a direção do Camerlengo. Os cardeais se reúnem em um conclave na Capela Sistina para se proceder a votação do novo Supremo Pontífice da Igreja. Depois de contar os votos, as cédulas de votação são reunidas e queimadas em um forno especial da Capela Sistina, o que gera a famosa fumaça preta da chaminé na Praça de São Pedro representante da escolha de um novo Papa. O novo Supremo Pontífice escolhe seu nome como Papa e é levado para a Capela Paulina para vestir a batina branca papal e, então, é anunciado na varanda central da Praça de São Pedro. O funeral do Papa ocorre durante 4 ou 6 dias, para que os fiéis possam vê-lo pela última vez, e, geralmente, são enterrados na Basílica de São Pedro. O Papa pode deixar o cargo também em função de renúncia, que ocorreu destacadamente no caso de Celestino V, em 1294, e Gregório XII, em 1409, que foi o último caso de renúncia.
Até hoje, contabiliza-se 265 Papas da Igreja Romana, sendo a grande maioria deles de origem italiana. Antes do Papa João Paulo II, que era polonês, o último não-italiano a ser Supremo Pontífice foi Adriano VI, eleito em 1522. O polonês, por sua vez, foi sucedido por um Papa alemão, Bento XVI, o que indica que a eleição majoritariamente de italianos acabou.
O Papa é o líder da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, Chefe de Estado da cidade do Vaticano. Seu posto vitalício representa do legado de São Pedro, o qual teria sido designado pelo próprio Jesus Cristo para ser o pastor e a rocha da igreja. Atualmente, os Papas se dedicam ao ecumenismo, a diálogos inter-religiosos, trabalhos de caridade e defesa dos direitos humanos. O Papa tem autoridade sobre questões canônicas e litúrgicas, é ele que determina o que deve ser acreditado pelos fieis. O Papa também pode decidir sobre questões judiciárias no interior da Igreja e na função executiva e ele quem faz as nomeações desejadas. A rotina de trabalho dos Papas envolve mais de 16 horas diárias de atividades e, por vezes, realiza viagens a países cristãos para propagar a doutrina católica.
Os Papas exerceram autoridade temporal proeminente ao longo da história, mas, atualmente, desenvolvem um papel secular que é o exercício de um cargo cerimonial, religioso e diplomático de grande importância.
Fonte:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
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