Para entendermos bem o que é “plantation”, precisamos falar um pouco a respeito de sistemas agrícolas. Estes podem ser classificados em dois tipos:
- sistema agrícola intensivo (ou agricultura intensiva) é praticado por propriedades ou localidades que conseguem explorar a terra por um longo espaço de tempo, tendo altos índices de produtividade e utilizando modernas técnicas e máquinas para melhor preparar o solo, bem como para o cultivo e a colheita. Normalmente este sistema permite que a produção seja comercializada para dentro e para fora do país, devido à sua grande produção.
- sistema agrícola extensivo (ou agricultura extensiva) que é utilizado em propriedades geralmente, mas não obrigatoriamente, menores, as quais fazem uso de técnicas comuns de cultivo do solo, mais rudimentares que as anteriormente citadas, exploram de maneira menos produtiva o solo de modo que não costumam comercializar constantemente aquilo que produzem.
Plantation é, portanto um sistema agrícola, e foi bastante utilizado durante a exploração das Américas, visto que aqui se possuía um solo fértil e propício para o cultivo das mais variadas espécies vegetais. Foram cultivadas principalmente as plantas tropicais, já que se adaptavam bem ao clima e às condições do solo, fazendo com que os gastos fossem muito menores. Dentro desse mega-sistema agrícola, um país apoiava sua suposta economia no cultivo de apenas uma espécie vegetal, fazendo com que essa fosse levada para fora do país. Para a concretização, muitas vezes foi usada a mão-de-obra escrava ou indígena, bem como a dominação de classes mais baixas, camponeses que não possuíam terras e eram obrigados a trabalhar nas plantações alheias a troco de praticamente nada.
Apesar de ter sido mais utilizado na colonização da América, hoje em dia ainda é praticado em países subdesenvolvidos. É um sistema de monocultura para exportação, tecnicamente falando, e ainda teve suas variações quando foi levada à África e Ásia, pelos mesmos europeus que a trouxeram para cá, com o intuito, sempre, de complementar sua agricultura. Lá era denominado cultivo especulativo, e não visava nenhum interesse ou melhora do país em que era estabelecido. Quase toda a produção era exportada e o que permanecia no país eram apenas os produtos de menor qualidade.
Ao “descobrir” as Américas, os europeus mantiveram aqui as chamadas colônias de exportação, as quais caracterizavam-se por serem totalmente dependentes de seus colonizadores, como se fossem propriedade dos mesmos. A presença da “plantation” era uma forte característica das colônias de exploração, as quais sempre mantinham as mesmas práticas, ou seja:
- Grandes espaços de terra eram distribuídos para alguns exploradores, formando assim os latifúndios.
- Existia sempre um “produto-rei” o qual regia toda a produção do país, já que era priorizado, e era sempre destinado à exportação, caracterizando assim uma monocultura.
- A mão-de-obra utilizada era a escrava, geralmente com negros trazidos da África até a colônia de destino, somente para esse fim.
A partir dessa realidade se instalou durante muito tempo a “plantation”. No Brasil, especialmente nas localidades que cultivam cana-de-açúcar ou café, a plantation ainda é utilizada, e muitas vezes fazem uso até de mão-de-obra escrava, mesmo sendo terminantemente proibida.
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