A questão do porte e da posse de armas está sendo discutida no país por conta das mudanças na legislação feitas pelo presidente Bolsonaro.
Atendendo à promessas de campanha, Jair Bolsonaro, por meio de decretos presidenciais, flexibilizou a posse de armas no Brasil.
Antes de começar, precisamos definir o que é porte e posse de armas.
A posse de arma não garante o porte da arma. Uma pessoa pode ter uma arma de fogo em casa, mas não pode andar armado na rua, por exemplo.
A posse e o porte de armas, no Brasil, sempre foi liberada para praticantes de tiro esportivo, profissionais de segurança e justiça, e para a população rural, dentre outras categorias.
Qualquer pessoa, desde que cumpra certos requisitos, pode possuir até seis armas de fogo. Algumas dessas normas são:
Com a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, o comprador tinha que declarar para qual propósito ele usaria aquela arma. Agora, isto não é mais necessário.
O decreto presidencial de Jair Bolsonaro flexibilizou a posse de armas, porém não o porte. A razão é simples: para isso é preciso que a lei passe pelo Congresso Nacional, onde provavelmente seria rejeitada.
O debate sobre o direito de possuir armas é antigo no Brasil. Ao contrário dos Estados Unidos, onde este direito foi conquistado ao mesmo tempo que o país fazia sua independência, o porte e a posse de armas não foi facilitado ao cidadão comum.
Os defensores desta prática argumentam que um cidadão armado torna-se um potencial ajudante das forças de segurança da sua região. Se muitos possuem uma arma, o criminoso pensaria duas vezes antes de atacar alguém, pois suas chances de sair ileso diminuem.
Igualmente, alega-se a necessidade de defesa pessoal. Por isso, qualquer um pode ter uma arma a fim de defender a si mesmo, sua propriedade ou sua família.
Há aqueles que lembram sobre os direitos que o Estado pode restringir ou não aos seus cidadãos. Por este lado, ao negar a posse de arma, o Estado estaria negando um direito do consumidor, pois as armas são produtos como qualquer outro.
VEJA TAMBÉM: Violência no BrasilEm 2003, foi sancionado o Estado do Desarmamento que dificultava ainda mais a aquisição de armas de fogo por parte da população civil. Dois anos depois, o artigo 35 sobre a liberação de compras de armas, foi levado a plebiscito e a proposta foi rejeitada.
Estudiosos que são contra a liberação da posse de armas alegam que o problema da violência decorre da profunda desigualdade social no Brasil. Assim, a posse de armas não solucionaria este assunto.
Especialistas em segurança pública alertam que o despreparo ao manusear uma arma pode ser mais letal do que não possui-la. A sensação de falsa segurança que dá uma arma é perigosa.
De igual maneira, muitos alegam que o Brasil não teria condições de aplicar e fiscalizar um possível aumento de cidadãos que possuam armas de fogo, por falta de profissionais especializados.
Além disso, trata-se de uma medida impopular. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em dezembro de 2018, 61% dos entrevistados se declararam contra a liberação do porte de armas.
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