O Pró-Álcool foi um programa do governo brasileiro para substituição dos carros movidos por petróleo pelos movidos à álcool.
Em 1973, o mundo passou pela primeira crise do petróleo. O preço do barril do combustível natural subiu significativamente, gerando um efeito arrasador na economia mundial, com impactos que deixaram graves consequências. No Brasil vivia-se os anos de Ditadura Militar, que começara em 1964. Entre 1968 e 1973, o país passou por um momento de grande crescimento econômico que colocou o Brasil entre as economias mais desenvolvidas do planeta. Esse período é chamado de Milagre Econômico, momento que coincide com a fase de maior repressão da Ditadura Militar. Foi justamente com a crise mundial do petróleo em 1973 que chegou ao fim essa fase de grande crescimento econômico e a ditadura passou a ser questionada de forma mais aberta, refletindo no início, embora muito lento, da abertura do sistema.
Assim como nos outros países, o Brasil também sofreu as consequências da crise do petróleo. Um problema que impediu a continuidade do desenvolvimento econômico. Preocupados com o sucesso brasileiro, os governantes da época lançaram em 14 de novembro de 1975 o Programa Nacional do Álcool, o Pró-Álcool. Criado pelos engenheiros Lamartine Navarro Júnior e Cícero Junqueira Franco e pelo empresário Maurílio Biagi, o programa contava com os projetos do físico José Walter Bautista Vidal e do engenheiro Urbano Ernesto Stumpf que desenvolveram o motor à álcool. O objetivo era substituir gradativamente a frota de carros movida por combustíveis derivados do petróleo por motores que funcionavam com recursos naturais, caso do álcool. Preocupados com os impactos da primeira crise do petróleo e com possíveis novas crises, os idealizadores do Pró-Álcool desenvolveram uma tecnologia pioneira no Brasil. O governo militar, por sua vez, incentivou a medida forçando a produção de álcool no país e fornecendo subsídios. Assim, o Brasil ficou menos dependente da gasolina mundial e reduziu em 10 milhões o número de carros no país que eram movidos pelo derivado do petróleo.
A escolha da cana-de-açúcar para produção do novo combustível foi decorrente da queda nos preços do açúcar, o que levou o Brasil a produzir mais de 15 bilhões de litros do combustível nos dez anos seguintes ao início do Pró-Álcool. Assim, o Brasil conseguiu se defender da nova crise do petróleo que abalaria o mundo em 1979. O projeto falharia, contudo, quando o petróleo passou pela situação inversa. Como o preço do barril de petróleo caiu, o investimento em álcool não era vantajoso para seus produtores. Para completar, o preço do açúcar subiu. Logo, era mais vantagem vender açúcar do que álcool. O projeto brasileiro entrou em crise, intensificada pela falta do combustível nos postos e pelo descrédito dado pelas montadoras.
A volta do álcool como importante combustível no mundo aconteceu no final da década de 1980, quando aumentaram as pressões por tecnologias que não fossem tão poluentes. Mas como o Brasil era o maior produtor de álcool, só que já não estava tão envolvido com sua produção em função da crise vivida, o contexto gerou ao mundo a tecnologia flex, ou seja, carros que funcionam com gasolina e álcool. Foi o ressurgimento da exploração do álcool como combustível e de uma tecnologia que é comum de se encontrar no mercado atualmente.
Fontes: http://www.biodieselbr.com/proalcool/pro-alcool/programa-etanol.htm http://www.brasil.gov.br/linhadotempo/epocas/1975/pro-alcool
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