Todas as projeções cartográficas sofrem algumas distorções, já que na realidade elas são a passagem de um geoide (forma da Terra que é esférica com os polos achatados) para um plano (mapa), ou seja, a transformação de um objeto de três dimensões em um outro objeto de apenas duas dimensões. Sendo uma projeção cilíndrica, essa transformação do geoide em um plano se dá como se um cilindro fosse colocado ao redor do globo terrestre, com o cilindro estando em contato com uma parte do planeta (geralmente a linha do Equador, porém pode ser outra parte como os polos) e então as áreas do globo que não tiveram contato direto com a superfície do cilindro são projetadas de forma que todas as áreas do globo toquem no cilindro e todo o cilindro fique preenchido com a imagem da Terra. Em seguida, é feito um corte (geralmente no sentido Norte-Sul) no cilindro de forma que a imagem possa ser aberta e transformada em um plano.
As projeções cilíndricas mais famosas (Mercator e Peters) são respectivamente uma projeção conforme (que mantém a forma dos continentes livre de distorções) e uma projeção equivalente (poupando o tamanho dos continentes de distorções).
A projeção cilíndrica equidistante, também chamada de equiretangular ou projeção de Plate Carré, à primeira vista, pode parecer um pouco com a projeção de Mercator sem a ampliação nas altas latitudes. Porém, como o seu nome já diz, ela é uma projeção equidistante e sua preocupação está em manter a distância igual entre dois pontos e um fator que chama bastante a atenção nesta projeção é que os paralelos estão com um intervalo de espaço exatamente igual ao longo dos meridianos, o que não ocorre nas outras projeções.
É importante ter em mente que o nome equidistante pode confundir o leitor que achará que se trata da preservação das distâncias reais no mapa em qualquer sentido, porém a distância real será mantida em pontos específicos (mais especificamente do centro do mapa na Linha do Equador para qualquer ponto). A projeção é chamada de equidistante principalmente por manter a mesma distância (em intervalos regulares) entre os paralelos e entre os meridianos.Para colocar artificialmente todos os paralelos em distribuição igual ao longo dos meridianos, há uma distorção de escalas, fazendo com que cada parte do mapa possua uma escala diferente. Essas alterações na escala produzem um mapa com muitas distorções na forma e no tamanho dos continentes, tornando-se uma projeção usada basicamente para mapas de toda a Terra, já que em mapas locais ficam demasiadamente “estranhos” nesta projeção. Porém, é um excelente mapa para outros usos ilustrativos e/ou temáticos, considerando a sua simplicidade e facilidade de compreensão com a longitude sendo o eixo x e a latitude o eixo y.
Referências:
http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/TERESACRISTINATARLEPISSARRA/edital.pdf
http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/download/isabel/sist_inf_geografica/Aula5_6/georref_longley.pdf
http://devotuporanga.edunet.sp.gov.br/OFICINA/geografia-Projecao-cilindrica-equidistante.pdf
http://docs.qgis.org/2.6/pt_BR/docs/gentle_gis_introduction/coordinate_reference_systems.html
Fernanda Padovesi Fonseca, Jaime Oliva – Cartografia (Editora Melhoramentos, Coleção Como Eu Ensino)
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