A Reforma Gregoriana estabeleceu o poder dos papas sobre o poder temporal, dos reis. Em decorrência da reforma, todos os homens ficaram submissos ao papa, o qual tinha o poder sobre qualquer ser vivente representando a palavra de Deus. Os papas passavam a ser inferiores apenas ao próprio Deus. A Igreja Católica ganhava então um poder ilimitado. A Reforma Gregoriana é considerada ainda a primeira grande revolução européia por conta do enfrentamento gerado contra o poder temporal.
A Reforma Gregoriana tem sua autoria em São Gregório Magno I, foi ele que apresentou as formulações iniciais que criariam a infalibilidade papal e a supremacia da Igreja Católica. As medidas propostas por Gregório Magno começaram a ser implementadas sob o papado de Leão IX entre os anos de 1049 e 1054. Neste momento um jovem diácono chamado Hildebrando da Toscãnia despontava dentre a cristandade, tornando-se uma figura muito evidente no papado. Hildebrando conquistou muita visibilidade por conta de sua defesa pelos elementos da reforma na Igreja e da natureza do poder atribuído ao papa, tanto que quando se tornou papa Gregório VII entre 1073 e 1085 foi identificado erroneamente como o autor da Reforma Gregoriana.
O objetivo da Reforma Gregoriana era fazer com que a Igreja e a cristandade voltassem aos tempos de Cristo, época primitiva do cristianismo marcada pelos Apóstolos. Mas por outro lado os fins da reforma visavam estabelecer o poder do papa sobre o poder feudal. A evolução da Idade Média havia feito com que o poder dos senhores feudais crescesse e praticamente comandassem a Igreja, a proposta de voltar aos tempos de Cristo era um artifício para acabar com esse controle da Igreja.
A Abadia de Cluny é identificada como responsável pela continuação e consolidação da reforma no mundo cristão. O discurso reformista condenava as práticas de heresia, as quais eram identificadas pela introdução dos costumes pagãos dos germânicos no mundo dos cristãos romanos. As práticas de heresia mais combatidas eram a simonia e o nicolaísmo.
Para abolir as práticas de heresia era preciso proceder a reforma na Igreja, a qual teria como resultado final a confirmação do poder máximo atribuído aos papas. A Reforma Gregoriana é um marco na teocracia papal, define os papas como chefes supremos da Igreja e de palavra incontestável entre os cristãos.
Na ocasião da coroação do rei Pepino, o Breve foi elaborado um documento, provavelmente forjado, que declarava a doação de Constantino das terras do Império Romano ao papa. Essa situação favoreceu ainda mais para que o papa expandisse seus poderes sobre os reis também, subjugando toda a Europa e toda a cristandade.
Nos anos da origem da Reforma Gregoriana, a Igreja Católica enfrentava ainda outro problema. Trata-se do embate entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, o patriarca desta resolveu proibir a manifestação das Igrejas Latinas no Oriente e causou uma enorme confusão dentro da Igreja Católica. Ressentidos pelo fato da sede da Igreja Católica ser em Roma e insatisfeitos com o amplo poder do papa de Roma que comandava inclusive os reis, criou-se um conflito entre os cristão do Ocidente e do Oriente que culminou com a excomunhão mútua. Esse evento é chamado de Cisma do Oriente.
A Cisma do Oriente serviu no Ocidente para estourar o confronto entre um imperador e o papa, caso do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico que enfrentou o papa em defesa do poder político na Europa. Mesmo que os efeitos da Reforma Gregoriana tenham durado por algum tempo e o papa tenha realmente adquirido o poder máximo na Europa, o confronto ao longo dos séculos entre o poder temporal e o poder espiritual culminou com a vitória dos reis.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_gregoriana
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