A Renda de Bilros é produzida sobre uma almofada, onde o enchimento é feito por materiais como crina, serragem, capim ou algodão. Ela é coberta por tecido com cor neutra para não confundir a visão da artesã. A almofada é a base para a confecção do trabalho e deve ficar apoiada num material de madeira para o manuseio. Por cima da almofada fica um molde com o desenho, onde será seguido com o trançar dos bilros.
Os bilros são objetos de madeira, com uma pequena cabeça nas extremidades na qual é enrolada a linha para execução do trançado. Na produção pode ter vários bilros, geralmente, utilizados em pares.
O trabalho artesanal é minucioso e pode ser aplicado diversos pontos. Entre os pontos empregados estão abacaxi, folha em renda, cocadinha, não-me-deixe, mata-fome, coração, palma, zigue-zague, trocado, trança, quadro, margarida, trocadinho, matachim, aranha, meus olhos, escadinha de cupido, e outros. Os desenhos variam conforme determinada região do país.
As rendas são valorizadas por serem delicadas, por exigirem atenção e perfeição, por serem belas, e principalmente, totalmente confeccionada à mão. Deste requintado trabalho são produzidas toalhas de mesas, vestidos, blusas e diversas peças, de acordo com a criatividade da artesã.
A arte é encontrada principalmente em vilarejos e cidades praianas. As criações que atraem turistas são muito encontradas, por exemplo, em Sambaqui – Florianópolis (SC) e em Raposa – São Luís (MA).
De acordo com pesquisadores a renda de bilros originou por volta do século XV, em países como Itália, Inglaterra, Espanha e Bélgica. Não existem dados concretos, que comprovem ao certo, o local da primeira produção. A tradição no Brasil surgiu a partir do século XVII por meio dos portugueses.
Na Eslovênia, este trabalho é um dos mais utilizados e comuns para a população. O artesanato está presente no vestuário, acessórios, utilidades domésticas, entre outros. Atualmente no país, existem cerca de 120 sociedades que praticam a renda de bilros. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) integrou a renda de bilros da Eslovênia como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em 2018.
Renda da Terra – Rachel de Quiroz
É como a trama da renda da terra, Que a rendeira rebate e retorce e pontilha os espinhos, Na ânsia de endurecer a graça petulante de uma traça, no afã de alinhar mais o trocado do ponto de filó, e sai tão fina, tão delicada, tão perfeita, que vocês, meus irmãos do Sul, mandam buscá-la aqui, na barraquinha anônima das várzeas, para ostentá-la, depois, no meio do seu luxo...
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cultura/renda-de-bilros/
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