Os Rúgios foram uma tribo germânica que viveu na região do sul da Noruega.
É o famoso historiador romano Tácito o primeiro a fazer menção sobre os Rúgios na história. No livro Germania, Tácito indica que os Rúgios viviam na costa do Mar Báltico e eram vizinhos dos godos. Depois desse registro, há um grande intervalo sobre a atividade e presença dos Rúgios na história. Eles só voltam a aparecer quatro séculos depois dos escritos de Tácito, no século V. Até o momento, os historiadores apenas fazem suposições sobre os Rúgios nesse período que ainda não é verificado em fontes primárias. Sendo assim, acredita-se que tal povo foi pressionado pelos godos e acabou se deslocando para o sul entre os anos 200 e 300. Teriam sido submetidos aos hunos juntamente com os ostrogodos e sido convertidos ao cristianismo ariano. Já com base nos registros feitos por Sidônio, os Rúgios participaram da invasão da Gália ao lado de Átila e, logo depois, uma federação de povos germânicos se formou para derrotar os hunos, permitindo, assim, a independência dos Rúgios.
A origem dos Rúgios é na região de Rogaland, ao sul da Noruega, uma localidade marcada pelo relevo acidentado. Ainda no período antes de Cristo, esse povo migrou para lugares mais quentes e estabeleceram-se durante algum tempo na Ilha de Rügen, no mar Báltico. Em seguida, vieram os acontecimentos obscuros ainda não completamente provados pelos pesquisadores. Mas após a independência em relação aos hunos, uma parte da nação rúgia foi aceita pelo Império Romano do Oriente prestando serviços militares ao imperador de Constantinopla. Uma parte do povo rúgio recebeu a província romana de Noricum e lá criaram um reino. Essa região localizada nas margens do Danúbio recebeu o nome de Rugiland. Como aliados aos romanos, sofreram ataques de germanos com gradativo aumento de pressão, o que levou ao rei rúgio a pedir passagem para migrar com seu povo para a Península Itálica, ainda dentro das fronteiras do império. Entretanto a permissão foi negada pelos ostrogodos.
Os Rúgios formaram uma aliança com outras tribos germânicas para atacar os ostrogodos. O filho do rei rúgio se casou com uma ostrogoda e gerou uma divisão na família real. Para contornar a situação de instabilidade dentro do reino rúgio e o momento de desintegração econômica, administrativa e militar dos romanos do Oriente, São Severino atuou em ajuda aos Rúgios e melhorou a situação na região.
Num momento posterior, contudo, foi a vez dos romanos ficarem descontentes com os altos impostos cobrados pelo rei rúgio e migraram para a cidade de Lauriacum. O rei dos Rúgios tinha receio que eles se unissem a tribos adversárias e voltassem para combate, por isso foi até Lauriacum para pressionar os romanos a mudarem-se para cidades que controlava. Mais uma vez São Severino agiu e pacificou a situação.
Depois da morte de São Severino, a instabilidade do reino dos Rúgios se reacendeu. A relação deles com o reino da Itália também ficou fragilizada, o que levou Odoacro, seu líder, a atacar os Rúgios no ano 487. A vitória do reino da Itália culminou na execução do rei e da rainha dos Rúgios. Frederic, um herdeiro do trono, ainda tentou uma reorganização do reino, mas foi derrotado por Onulf, irmão de Odoacro, no ano seguinte.
O que sobrou dos Rúgios se uniu aos ostrogodos para enfrentar Odoacro. Porém um desentendimento acabou com a aliança. Passaram a viver de forma contida na região da Itália, mas mantendo uma identidade até o momento em que Erarico foi proclamado rei dos Rúgios e ostrogodos. Os dois povos permaneceram unidos até a derrota do reino ostrogodo para o Império Bizantino em 553, a partir de quando não se tem mais registros dos dois povos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rúgios
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