O traje espacial é uma vestimenta especial usada para proteger seres humanos de situações ambientais severas no espaço, como o vácuo e temperaturas extremas. Os trajes são também muitas vezes usados dentro das naves espaciais como uma medida de segurança, em caso de perda de pressão na cabine, sendo também imprescindíveis em atividades extraveiculares, como os trabalhos de reparo no exterior das naves ou de satélites e telescópios importantes como o Hubble.
Esses acessórios espaciais têm sido usados para a exploração da órbita da Terra e da superfície da Lua. Trajes modernos são capazes de melhorar o controle de pressão com o uso de um complexo esquema de equipamentos e sistemas ambientais projetados para manter a o usuário com o máximo de conforto possível, minimizando os esforços necessários para dobrar as articulações, resistindo à tendência natural das vestes endurecerem quando expostas ao vácuo. Esse controle ambiental e um suprimento de oxigênio independente é indispensável para permitir total liberdade de movimentos, mesmo fora de uma nave espacial.
Algumas tarefas necessitam do uso de trajes que controle a pressão, mesmo ainda dentro da atmosfera, como é o caso de vôos de reconhecimento em grande altitude, ou qualquer atividade realizada acima da Linha de Armstrong (19 mil metros), onde os humanos não suportariam as condições, já que nesse nível de altitude a água alcança a ebulição já na temperatura ambiente. O primeiro traje totalmente pressurizado usado em altitudes extremas foi criado no início dos anos 1930. O primeiro traje espacial usado por um ser humano no espaço foi o soviético SK-1, usado por Yuri Gagarin, em 1961, quando este se tornou o primeiro homem a visitar o espaço.
Um traje espacial deve realizar diversas funções para se tornar operacional, e o seu ocupante poder realizar tarefas dentro e fora de uma nave espacial. O traje precisa ter um sistema de controle interno de pressão, podendo ser inferior a da Terra. Pressões menores permitem uma maior mobilidade, mas exige que o ocupante inspire oxigênio puro antes de ficar exposta à essa pressão inferior, para evitar o enjoo da descompressão. Uma boa mobilidade também é importante, e ela é conseguida com um complexo desenho das articulações.
Também são necessários sistemas para o provimento de de oxigênio e eliminação de dióxido de carbono. Esses gases são cambiados com os sistemas da nave, ou com o Sistema Portátil de Suporte à Vida. A regulação de temperatura é outra parte importante. Diferente da Terra, onde o calor pode ser transferido por convecção para a atmosfera, no espaço o calor pode ser perdido apenas por radiação térmica ou por condução para outros objetos com contato físico com ao exterior do mesmo. Uma vez que a temperatura no exterior do traje varia enormemente quando exposto à luz solar ou a sombra, o traje é fortemente isolado, e a temperatura do ar é mantida a um nível confortável. O traje carrega sistemas de comunicação, com uma conexão elétrica externa nave ou no Sistema Portátil de Suporte à Vida e também pode ser preparado para receber dejetos líquidos e sólidos do corpo humano, que podem ser coletados e jogados fora quando o usuário voltar à nave.
Os trajes também podem ser equipados com proteção contra radiação ultravioleta ou a radiação de partículas, e também a micrometeoroides, que podem viajar a até 27.000 quilômetros por hora.
O corpo humano poderia ser capaz de sobreviver por um curto período de tempo exposto ao vácuo espacial, sem proteção. Nessas condições, a matéria do corpo expande a quase o dobro de seu tamanho. A consciência pode ser mantida por cerca de 15 segundos, tempo suficiente para os efeitos da falta de oxigênio aparecerem. O corpo não sofreria um efeito de congelamento, já que não haveria como ele perder calor através da radiação termal, ou da evaporação de líquidos, e o sangue também não entraria em ebulição, porque ele continuaria pressurizado dentro do corpo. O maior perigo é tentar segurar o fôlego antes da exposição, já que a descompressão subsequente poderia provocar danos ou até mesmo explodir os pulmões. Esses efeitos já foram confirmados devido a vários acidentes, incluindo em condições de altitude extrema, caminhadas no espaço e câmaras de treinamento fechadas a vácuo. A pele humana não precisa ser protegida contra o vácuo, já que é estanque por natureza. Ela só precisa ser comprimida, para manter a forma normal.
Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14408.shtml http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-9836-2-157117,00.html http://www.astronautix.com/craftfam/spasuits.htm http://en.wikipedia.org/wiki/Space_suit
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