Tratado de Kadesh

O Tratado de Kadesh, ou Tratado Egípcio-Hitita, foi um acordo de paz celebrado entre o faraó egípcio Ramsés II e o rei hitita Hatusil III que, segundo historiadores, foi celebrado em 1259 a.C., uma data que marcou o fim oficial das negociações e da aceitação por Ramsés II de uma tabuleta de prata, oferecida por diplomatas hititas, sobre a qual os termos do tratado foram escritos. Ainda não se descobriu onde, exatamente, o tratado foi escrito. O objetivo do acordo foi o de criar e manter relações de paz entre as duas partes. Ele é o primeiro acordo diplomática conhecido do Oriente Médio, sendo o mais antigo tratado escrito que ainda existe. Ele é conhecido como Tratado de Kadesh devido a um grande conflito na cidade de Kadesh em 1275 a.C., apesar desse conflito não ter sido o estopim para a criação do tratado.

O texto original escrito sobre a tabuleta de prata se perdeu, e o seu conteúdo só é conhecido por causa das diversas cópias que foram feitas nas paredes de muitos templos egípcios em escrita hieroglífica, e em tabuletas de barro no Império Hitita, que hoje corresponde ao território da Turquia. O exemplar mais famoso do tratado, está atualmente em exposição no Museu Arqueológico de Istambul. Ele foi descoberto em escavações arqueológicas nos grandes arquivos do palácio real da capital hitita, Hattusa. Os escribas, que escreveram a versão egípcia, incluíram descrições de figuras e selos que constavam da tabuleta de prata hitita.

O tratado foi assinado para encerrar uma longa guerra entre o império hitita e os egípcios, que havia combatido por mais de dois séculos para ganhar o domínio sobre as terras ao leste do Mediterrâneo. O conflito culminou com uma tentativa de invasão do Egito em 1.274 a.C, que foi impedido pelos hititas, na cidade de Kadesh, no rio Orontes, no que hoje faz parte da região da Síria. A batalha de Kadesh resultou em pesadas baixas para ambos os lados, e nenhum deles foi capaz de prevalecer de forma decisiva, nem na batalha e muito menos na guerra. O conflito continuou de forma inconclusiva por mais 15 anos antes do tratado ser assinado.

Embora seja conhecido como o Tratado de Kadesh, na verdade ele foi definitivamente assinado muito tempo após a batalha, e Kadesh sequer é mencionada no texto. O tratado foi elaborado para ser negociado exclusivamente por intermediários, sem a necessidade dos dois monarcas estarem presentes. Ambos os lados tiveram interesses comuns em fazer a paz, o Egito enfrentava uma crescente ameaça dos Povos do Mar. Os hititas, por sua vez, estavam preocupados com a poder dos assírios, ao leste. O tratado foi ratificado no ano 21 do reinado de Ramsés II (1258 a.C.) e continuou em vigor até que o império hitita entrasse em colapso, cerca de oitenta anos mais tarde.

A primeira tradução da versão acadiana do tratado foi publicada em 1916 pela E.F. Weidner. Ele foi estruturado de uma forma para ser quase que totalmente simétrico, tratando ambos os lados de forma igual e obrigando-os a assumir obrigações mútuas. Existem algumas diferenças, por exemplo, a versão hitita adota um preâmbulo um pouco evasivo, falando sobre deuses e destino, enquanto a versão egípcia afirma diretamente que as duas nações se encontravam em estado de guerra, e que o tratado pretendia pôr fim àquela situação.

O tratado proclamava que ambos os lados deveriam permanecer eternamente em paz, vinculando os filhos e netos das partes. Eles não iriam cometer atos de agressão contra os outros, repatriariam refugiados políticos e criminosos uns dos outros, além de se ajudarem mutuamente em revoltas. O tratado também mencionava um acordo de proteção militar mútua.

Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Egyptian–Hittite_peace_treaty http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/egyptian-hittite-peace-treaty.htm http://www.milestonedocuments.com/documents/view/egyptian-hittite-peace-treaty

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