Na década de 1950 o mosquito Aedes aegypti foi erradicado no Brasil por causa da grande epidemia de febre amarela no início do século XX. Oswaldo Cruz iniciou uma grande campanha contra a doença no qual era recomendado o isolamento do doente, no intuito de o mosquito não ter acesso para picar e se tornar vetor da doença, evitando assim o contagio de outras pessoas, e eliminar o foco do mosquito.
A campanha obteve bons resultados: eliminou a febre amarela em 1909 na cidade do Rio de Janeiro. Outra técnica utilizada para a erradicação surgiu em 1947 que se constituía em borrifar inseticidas nas ruas com maiores índices de contagio. Popularmente conhecida como “fumacê”, está técnica americana foi importada pelo Governo Brasileiro em parceria com a fundação Rockefeller. Além do método “fumacê” um trabalho minucioso de inspeção foi realizado pelos agentes sanitários, visitando todas as residências em território brasileiro, mesmo em casas vazias e abandonadas, aplicando o inseticida DDT, vasculhando focos do mosquito Aedes aegypti e passando óleo em recipientes que armazenavam águas paradas onde o mosquito poderia depositar seus ovos. Foi constatado que 63% dos domicílios brasileiros apresentavam o mosquito. Tal operação foi denominada como a "Marcha para a Erradicação do Aedes aegypti".
Em decorrência deste trabalho minucioso, o último foco do Aedes aegypti foi eliminado na cidade baiana de Santa Terezinha em 1955. A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que o Brasil estava totalmente livre do vetor Aedes aegypti.
Atualmente o Brasil se encontra em uma grande epidemia de doenças causadas pelo Aedes aegypti, no qual foi reintroduzido no final da década de 1960 em território brasileiro através do ser humano com os deslocamentos marítimos e terrestres (dispersão passiva dos vetores), vindo de países vizinhos como a Venezuela e as Guianas, lugares onde não houve a erradicação. Como o ovo do Aedes aegypti se mantém vivo mesmo com grandes variações de temperatura, ambiente e/ou umidade, foi facilmente transportado de um país para outro.
A falta de prevenção contra o mosquito ajudou a sua proliferação, tornando-se responsável por várias epidemias no Brasil como a da dengue de 1986 que surgiu no Rio de Janeiro e se espalhou pelo o país, e doenças mais recentemente como a Chikungunya e o Zika vírus que surgiram após a Copa do Mundo de 2014. No mundo, vários outros países em diversos continentes, enfrentam epidemias de doenças causadas pelo o mosquito.
Referências: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1721288-conheca-a-guerra-que-acabou-com-o-aedes-no-brasil-em-1955.shtml http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81231996000100122 http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/voca-sabia-aedes-aegypti-ja-foi-erradicado-do-brasil-durante-campanha-de-saaode-nos-anos-50/330515
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