William Godwin

William Godwin foi um jornalista, político e filósofo inglês conhecido como representante do pensamento utilitarista – sistema filosófico moral e ético onde uma ação útil é denominada como a mais correta. É considerado o precursor do anarquismo moderno. Nascido dia 3 de março de 1756 em Wisbech, na região de Cambridgeshire, Inglaterra. Estudou teologia e foi nomeado pregador em 1778. Atuou como pastor em várias comunidades dissidentes até 1883. Envolvido pelas ideias da Revolução Francesa, principalmente pela ideologia de Rousseau e Helvétius, Godwin rompeu com a religião e dedicou-se a reflexão e estudo sobre a realidade social. Em Londres, passou a frequentar as tabernas onde se reuniam um grupo de intelectuais e trabalhadores revolucionários.

William Godwin, pintura de James Northcote, 1802.

Estreitou relações com Thomas Paine, autor de “Os Direitos do Homem”. Em 1791 durante as reuniões conheceu sua esposa Mary Wollstonecraft, precursora do feminismo e autora da “Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”, famosa publicação de 1792.

A partir de 1791 dedicou-se na produção do livro “Inquérito Acerca da Justiça Política” publicado em 1793. A obra trazia ideias filosóficas e políticas revolucionárias, com teorias de abolicionismo penal argumentando que o governo é uma força corruptora que atua na sociedade perpetuando a dependência e a ignorância. A construção de ideias em cada capítulo é um labirinto onde Godwin consegue prender o leitor, alarmando sobre os erros cometidos pelo poder instituído à segurança jurídica. Sua corrente de pensamento apontou a reflexão para um formato de governo sem normas, opressões ou poder.

Rapidamente esse posicionamento impactou a sociedade inglesa e o escândalo projetou o nome de Godwin para a fama. Após esse feito escreveu outros títulos nos anos seguintes, com destaque para “As coisas como elas são, ou As Aventuras de Caleb Williams” de 1794. Trata-se de um romance de mistério com três volumes, escrito como um chamado para acabar com o abuso de poder de um governo tirânico. Assim, Godwin se estabeleceu como o primeiro pensador que julgou o Estado e o governo como um mal desnecessário, consolidando-se pioneiro nos conceitos do anarquismo. Essa fama o transformou em figura importante nos meios radicais londrinos da década de 1790.

Em 1797 nasceu sua filha Mary Wollstonecraft Godwin, que viria a ser futura companheira do poeta Percy Shelley e autora do consagrado “Frankstein”. Dez dias após ter dado à luz, a esposa de Godwin faleceu por complicações no parto. Godwin lançou no ano seguinte uma polêmica biografia sobre sua falecida esposa, “Memórias da Autora de Uma Revindicação pelos Direitos da Mulher”, onde revelou particularidades que chocaram a sociedade britânica. Suicídio, amores e crises existenciais estavam entre os principais temas. O livro foi muito criticado e publicado com moderação e censuras.

Ao longo de sua vida Godwin escreveu obras de gêneros variados, exercendo notável influência na literatura europeia. Em 1801 o autor casou-se com Mary Jane Clairmont, com quem escreveu um livro. E usando o pseudônimo “Edward Baldwin” foi autor de diversos livros infantis.

William Godwin faleceu no dia 7 de abril de 1836 e foi sepultado no cemitério de St. Pancras. Em 1851, seguindo os desejos de morte de sua primeira esposa, os restos mortais de Godwin foram transferidos para o túmulo da família Shelley, localizado na igreja de St. Peter em Bournemouth, cidade do condado de Dorset na Inglaterra.

No cofre estão Mary Wollstonecraft, sua filha Mary Shelley e o coração recuperado de seu genro Percy Shelley.

Fontes:

http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/pensadoresanarquistas.html

https://pt.protopia.at/wiki/William_Godwin

https://historicengland.org.uk/listing/the-list/list-entry/1322050

https://www.jornaldocomercio.com/site/noticia.php?codn=112349

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