Nascido no interior de Minas Gerais, em uma cidade na época chamada Palmira (atual Santos Dumont), em 1873, não viveu muito tempo na região quando o pai, um francês de nome Henrique Dumont, adquiriu uma fazenda em Ribeirão preto, interior de São Paulo, e passou a dedicar-se ao cultivo do café.
Na Fazenda Dumont, seguindo os ditames da produção cafeeira no Oeste Paulista e Novo Oeste Paulista, optou-se pelo uso de mão de obra de imigrantes europeus e tecnologias para melhorar a produção. E foram essas tecnologias que encantaram o menino Alberto.
Os estudos do garoto foram realizados boa parte em colégio da cidade de São Paulo, onde presenciou o voo de um balão esférico, o jovem ficou completamente encantado, talvez este episódio tenha sido crucial em seu destino e o gosto pela aeronáutica.
Mas quando o pai sofreu um acidente e vendeu a fazenda para dedicar-se ao tratamento na França, foi lá que conclui os seus estudos. Desde os primeiros anos de estudo, demonstrava interesses pelos processos de modernização das lavouras e funcionamento das máquinas. E foi em Paris, que Alberto dedicou-se a aprofundar seus conhecimentos em física, química e mecânica.
Em 1887, construiu o seu primeiro balão esférico, apelidado de Brasil. Este apresentava muitas inovações para a época, era o menor já construído até então e quando levantou voo no ano seguinte, pela primeira vez, foi alvo de atenção de balonistas mais experientes.
Data também desta época a construção de seu primeiro dirigível o N-1, que chegou a atingir uma altitude de 400 m em seu primeiro voo, mas a aterrisagem terminou em uma queda, sem graves ferimentos. A grande inovação do N-1, foi o uso de um motor a combustão e com combustível a base de petróleo. Seus dirigíveis seguintes, mantinham a mesma ideia do primeiro, porém um pouco mais robustos, o que permitiu o voo com passageiros e chegou a ser premiado, pelo recém fundado aeroclube de Paris.
Depois de um exitoso voo sobre Paris que lhe rendeu o importante prêmio Deutsch de La Meurthe, primeiro a receber tal prêmio pelo feito de partir de concluir um percurso de 11 km, em 30 minutos, que incluía contornar a Torre Eiffel e retornar ao mesmo ponto de partida. Em 1902, Dumont partia para os Estados Unidos com o objetivo de comercializar seu invento, chegou, inclusive, a encontrar com o presidente Roosevelt e o inventor Thomas Edson, que teceu duras críticas ao seu projeto, o que não desanimou o jovem inventor.
No Brasil, seus feitos no estrangeiro ocupavam as páginas nos jornais da época, dando notoriedade ao brasileiro que alçava os seus voos na Europa. Quando visitou o Brasil em certa ocasião, foi recebido com grande honraria pelo próprio presidente da época Rodrigues Alves.
Ao contrário do que tradicionalmente divulga-se, Santos Dumont não foi o inventor do relógio de pulso. O primeiro, data de 1814, foi feito para a princesa Carolina Murat, irmã de Napoleão Bonaparte. Mas Dumont popularizou o uso entre os homens, por necessidade de manter suas mãos sempre nos controles de suas aeronaves, os então relógios de bolso não eram muito práticos ao aeronauta, foi então que em parceria com seu amigo joalheiro, Louis Cartier projetou o modelo que seria popularizado.
O invento dos irmãos Wright, nos Estados Unidos, um planador que utilizava motor a combustão, gerou um grande frenesi na comunidade de aeronautas pelo mundo todo. Na França, Dumont construiu o seu primeiro aeroplano motorizado em 1906, o famoso 14-Bis, e conseguiu voar cerca de 60 m, o suficiente para que lhe reconhecido o primeiro recorde reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI).
A polêmica entorno de quem seria o primeiro inventor do avião, gira justamente sobre este fato. Quando os irmãos Wright construíram a sua primeira máquina aeromotora, o voo não foi registrado. Por isso que, historicamente, Dumont ficou conhecido como “o pai da aviação”.
Em 1915, nos Estados Unidos participou de um congresso em que discursou sobre a importância da aviação e a importância que este teria, para aquele território, em sua defesa no caso de eventuais ataques oriundos da frente europeia onde se desdobra a Primeira Guerra.
No ano seguinte se estabelece no Brasil, onde adquire uma propriedade em Petrópolis, no Rio de Janeiro, construindo sua morada, A Encantada, hoje o lugar abriga o Museu Casa de Santos Dumont.
Nos anos posteriores ao final da Grande Guerra, Dumont teceu duras críticas ao uso das aeronaves como máquinas de batalha, ainda assim ponderando sobre o uso deste na importância da vitória da Tríplice Entente. Acometido por um forte quadro de depressão, passou por algumas clínicas de repouso tanto no Brasil quanto na França.
Seu quadro se agravou quando assistiu o uso dos aviões na Revolução Constitucionalista de 1932, sendo veementemente contrário ao que acontecia, encaminhando inclusive uma carta ao governado do Estado de São Paulo, Pedro de Toledo. Neste mesmo ano, seu quadro depressivo mantinha-se persistente e acabou por se suicidar em seu quarto no Hotel de la Plage, no Guarujá, litoral de São Paulo.
Bibliografia:
ALENCAR, Emanuel. O navegador dos ares: um brasileiro chamado Alberto Santos Dumont. Disponível em https://museudoamanha.org.br/pt-br/navegador-dos-ares-brasileiro-chamado-alberto-santos-dumont, acesso em 01 fev. 2022.
BARROS, Henrique Lins. Santos Dumont. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/DUMONT,%20Santos.pdf, acesso em 02 fev. 2022.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/alberto-santos-dumont/
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