Bactérias exóticas

Certas espécies de bactérias possuem características muito peculiares, podendo até se diferenciarem das da sua própria classe. Por isso, tais seres são rotulados como bactérias exóticas, como é o caso das actinomicetos, mixobactérias, micoplasmas, clamídias e rickéttsias.

Actinomicetos

As actinomicetos, também conhecidas como actinobactérias, são bactérias Gram-positivas que se organizam em colônias filamentosas muito semelhantes aos fungos. A maioria das actinomicetos tem o solo como habitat, onde desempenham um importante papel biológico: a decomposição da matéria orgânica que não pode ser degradada por outros microrganismos. Algumas espécies do gênero Streptomyces são utilizadas na produção de estreptomicinas, antibióticos de grande relevância farmacêutica.

Mixobactérias

As mixobactérias (do grego, myca, que significa muco) ocorrem em ambientes ricos em matéria orgânica em processo de degradação como o solo, por exemplo. Parte dessas bactérias se nutre de celulose, porém, a maioria delas se alimenta de outras bactérias. Para isso, as mixobactérias secretam um muco com substâncias bactericidas, que destroem outras bactérias e, dessa forma, as bactérias mortas são usadas como alimentos para as bactérias vivas.

Micoplasmas

Micoplasmas são bactérias pequenas desprovidas de parede celular. Trata-se de bactérias formadoras de colônias filamentosas, que muito se assemelham às hifas dos fungos, daí o nome micoplasmas (do grego, myco, que significa fungo).

Parte das bactérias dessa espécie possui vida livre, ao passo que outras parasitam células animais e vegetais, como é o caso da Mycoplasma pneumoniae, causadora de um tipo de pneumonia. Dentre as espécies parasitas estão o Mycoplasma hominis, que acomete o sistema reprodutor causando esterilidade e aborto espontâneo, e a Mycoplasma genitalium, que provoca a uretrite em seres humanos.

Clamídias

As clamídias são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, apenas conseguem se reproduzir no interior de outras células, utilizando dos recursos desta para tanto. Tais espécies, ao longo do seu ciclo de vida, são capazes de produzir esporos, o que possibilita sua proliferação pelo ar. Atualmente, existem relatos somente de 3 espécies de clamídias, sendo todas causadoras de doenças em seres humanos:

  • Chlamydia pneumoniae – agente patogênico da pneumonia branda (ou pneumonia clamidial), muito parecida com aquela causada pelo micoplasma.
  • Chlamydia trachomatis – essa espécie acomete os olhos, que provoca o tracoma, distúrbio causador de cegueira em seres humanos. Além dos olhos, as bactérias dessa espécie também infectam o sistema urogenital, provocando uretrite e linfogranuloma venéreo, que são doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
  • Chlamydia psittaci – contaminam os pulmões, causando a ornitose, uma das formas da pneumonia. Esses agentes infecciosos têm as aves como reservatórios naturais e, ao acometerem seres humanos, podem manter-se incubados por longos períodos de tempo, manifestando-se, apenas em quadros de estresse.

Rickéttsias

Assim como as clamídias, as rickéttsias também são parasitas intracelulares obrigatórios. Basicamente, o que diferencia as duas espécies é a capacidade de formar esporos que as rickéttsias não apresentam, por isso, não podem sobreviver fora do organismo hospedeiro.

Como exemplo de doenças causadas por rickéttsias pode-se citar a febre Q, o tifo murino endêmico e o tifo epidêmico. A febre Q é causada pelas bactérias da espécie Coxiella burnettii, que vive em carrapatos e é transmitida através da picada destes em gados, que, por sua vez, transmitem aos seres humanos por meio do leite. O tifo murinho endêmico é provocado pela contaminação por Rickéttsia typhi, transmitida por pulgas de rato. Já o tifo epidêmico é causado pela Rickéttsia prowazekki, tendo o piolho-corpo como reservatório. Em geral, as infecções por rickéttsias provocam febre alta, que chega a perdurar por duas semanas ou mais.

Referências http://www.biologico.sp.gov.br/docs/bio/v63_1_2/almeida.pdf http://biociencias.files.wordpress.com/2010/04/bactc3a9rias-exc3b3ticas.pdf

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