Biomassa

Biomassa é a energia química produzida pelas plantas na forma de hidratos de carbono através da fotossíntese, a qual é distribuída e armazenada nos corpos dos seres vivos através da cadeia alimentar, cuja base primária são os vegetais. Plantas, animais e seus derivados são biomassa. Considerada uma fonte de energia renovável, pode ser utilizada para a produção de combustíveis.

Biomassa. Foto: nostal6ie / Shutterstock.com

Diversas pesquisas têm estudado a utilização de óleo vegetal in natura como combustível. Destacam-se os óleos virgens de macaúba, pinhão-manso, dendê, indaiá, buriti, pequi, mamona, babaçu, cotieira, tingui e pupunha. Porém, observam-se desvantagens na utilização de óleos virgens: excessivos depósitos de carbono no motor, obstrução no filtro de óleo e bicos injetores, diluição parcial do combustível no lubrificante, comprometimento da durabilidade do motor e aumento considerável nos custos de manutenção. Outro exemplo é a queima do bagaço da cana-de-açúcar, que apresenta potencial para suprir cerca de 15% de toda a demanda de energia elétrica do país (RODRIGUES, 2011).

Também produzido a partir de óleo vegetal, como girassol, soja, canola, óleo de palma, resíduos de óleos comestíveis ou óleo animal, o biodiesel possui alta compatibilidade com o diesel convencional e constitui-se como uma alternativa viável para substituição de combustíveis derivados do petróleo.

O carvão vegetal é proveniente da madeira. Utilizado em diversos segmentos da indústria e também em residências rurais e urbanas, tem na indústria siderúrgica seu maior uso. Infelizmente, ainda, a maior parcela da matéria-prima usada para a sua fabricação vem da mata nativa, colaborando para o aumento do desmatamento.

O bioetanol é formado a partir de cana-de-açúcar, beterraba doce, milho, trigo e mandioca. Segundo pesquisas, a cana é a segunda principal fonte energética nacional. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, sendo responsável, juntamente com os Estados Unidos, por 90% da produção mundial. É capaz de reduzir a emissão de gases de efeito estufa em, pelo menos, 61%, em comparação com a gasolina.

O biogás é produzido pela digestão anaeróbica de estrumes, gramas, rejeitos agrícolas e orgânicos e em aterros sanitário. É considerada uma opção de baixo custo. Como vantagens, colabora com a redução das emissões de metano, substituindo a combustão de combustíveis fósseis.

A renovação da biomassa se dá através do ciclo de carbono: a decomposição ou a queima da matéria orgânica ou de seus derivados provoca a liberação de gás carbônico na atmosfera. As plantas, através da fotossíntese, transformam o gás carbônico e água nos hidratos de carbono, que compõe sua massa viva, liberando oxigênio (PACHECO, 2006).

Estima-se que, no final deste século, a energia proveniente da biomassa representará de 10 a 20% da energia usada pela humanidade e que, em 20 anos, os custos para produção desse tipo de energia reduzirá em dois terços (GOLDEMBERG, 2009).

Referências:

BRITO, José Otávio. Carvão vegetal no Brasil: gestões econômicas e ambientais. Estudos Avançados, [s.l.], v. 4, n. 9, ago. 1990.

GOLDEMBERG, José. Biomassa e energia. Química Nova, [s.l.], v. 32, n. 3, p.582-587, 2009. PACHECO, Fabiana. Energias renováveis: breves conceitos. Conjuntura e Planejamento, Salvador, n. 149, p.4-11, out. 2006.

RAMOS, Luiz Pereira et al. Biodiesel: um projeto de sustentabilidade econômica e sócio-ambiental para o Brasil. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, n. 31, p.28-37, jul/dez. 2003.

RODRIGUES, José Augusto R. Do engenho à biorrefinaria: A usina de açúcar como empreendimento industrial para a geração de produtos bioquímicos e biocombustíveis. Química Nova, São Paulo, v. 34, n. 7, p.1242-1254, 2011.

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