O Candomblé é uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na vida após a morte.
A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques” e é uma das religiões africanas mais praticadas no mundo.
Esta religião cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas.
Candomblé | Umbanda |
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Hierarquia forte | A hierarquia não é tão rígida |
5000 anos de existência | Fundada no século XX |
Realiza sacrifícios de animais em cerimônias específicas | Não realiza sacrifícios de animais |
Há incorporação somente de entidades, mas o orixá não fala, não dá consulta, só dá o axé (benção). Somente o pai e/ou mãe de santo dão conselhos e consultas através do Ifá, dos búzios. | Tem incorporação de entidades encarnadas, ou seja: de espíritos que já viveram na terra. Esses dão consultas e conselhos diretamente ao cliente. Não há incorporação do orixá. |
Ser pai e/ou mãe de santo é equivalente ao sacerdócio católico. Por isso, é difícil para eles terem uma vida comum, pois há uma série de restrições alimentares, de vestimentas e de atitudes. | O sacerdote não precisa se dedicar exclusivamente a Umbanda. |
Para se sustentarem, a casas de candomblé cobram por trabalhos realizados. | Não cobra pelos serviços. |
Para saber mais: Umbanda
Jorge Amado, escritor, beija a mão de Mãe Menininha do Gantois, considerada a maior mãe-de-santo do Brasil
No Brasil, a história do Candomblé se mistura com a do Catolicismo.
Proibidos de continuar com sua religião, os escravos usavam as imagens dos santos para escapar da censura imposta pela Igreja.
Isto explica o sincretismo encontrado no Candomblé no Brasil, algo que não se verifica na África.
Nos dias de hoje, porém, muitas casas de candomblé não aceitam o sincretismo e buscam retornar às origens africanas.
Igualmente, na versão brasileira, temos uma mistura de orixás de várias regiões do continente africano.
Isto se deve ao fato dos negros que desembarcaram para serem escravos, durante a escravidão no Brasil, eram de várias partes da África.
Cada Orixá representa uma força ou personificação da natureza e também representava um povo ou uma nação
O Candomblé, como prática religiosa, ganhou contornos nítidos na Bahia em meados do século XVIII e definiu-se durante o século XX.
Atualmente, existem milhões de praticantes em todo Brasil, podendo chegar a mais de 1,5% da população nacional.
A fim de preservar esta herança da cultura africana, a Lei Federal 6292, de 15 de dezembro de 1975, tornou certos terreiros de candomblé patrimônio material ou imaterial passível de tombamento.
Aspecto de uma cerimônia de Candomblé
Os rituais de Candomblé são, via de regra, realizados por meio de cânticos, danças, batidas de tambores, oferendas de vegetais, minerais, objetos e, às vezes, sacrifício de alguns animais.
Os participantes devem usar trajes específicos com as cores e guias do seu orixá.
Um ritual podem reunir dezenas a centenas de pessoas, variando de acordo com o tamanho da casa que realiza as obrigações e festas.
Nestas ocasiões, há uma grande preocupação com a higiene e alimentação, pois tudo deve estar purificado para estar digno do orixá.
Normalmente, os rituais de Candomblé são praticados em casas, roças ou terreiros, os quais podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista.
Por conseguinte, as celebrações são dirigidas pelo "pai ou mãe de santo" ou "babalorixá" e "iyalorixá" respectivamente.
Deve-se destacar também que a sucessão desses líderes espirituais é hereditária. No entanto, podem haver contendas na sucessão, o que, frequentemente, acaba levando ao fechamento do terreiro.
Por fim, vale lembrar que os adeptos no Candomblé levam sete anos para concluir a iniciação dentro dos preceitos estipulados.
Alguns dos Orixás cultuados no Candomblé
Os Orixás são entidades que representam a energia e a força da natureza.
Possuem personalidades, habilidades, preferências rituais e fenômenos naturais específicos, o que lhes conferem qualidades e forças distintas.
Os Orixás desempenham um papel fundamental no culto quando são incorporados pelos praticantes mais experientes.
Cada Orixá possui o seu dia, cor, objetos e alimentos específicos, adequados ao seu ritual.
O Deus único do Candomblé pode variar de acordo com a região africana de origem. Para os Ketu é Olorum, entre os Bantus é Nzambi e para os Jeje é Mawu.
Existem centenas de Orixás, contudo, os mais cultuados no Brasil são:
Significado | esfera |
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Dia da semana | segunda-feira |
Cores | vermelho (ativo) e preto (absorção de conhecimento) |
Saudação | Laroiê (Salve Exu) |
Instrumento | sete ferros presos numa mesma base, voltados para cima |
Significado | guerra (gun) |
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Dia da semana | terça-feira |
Cor | azul escuro (cor do metal quando aquecido na forja) |
Saudação | Ogunhê, Olá, Ogum |
Instrumento | espada de ferro |
Significado | caçador noturno (oxó, caçador; ossi, noturno) |
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Dia da semana | quinta-feira |
Cor | azul turquesa (cor do céu no início do dia) |
Saudação | O Kiarô! ("okaaro" significa bom dia, na língua iorubá) |
Instrumento | ofá (arco e flecha) |
Significado | aquele que se destaca pela força |
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Dia da semana | quarta-feira |
Cores | vermelho (ativo), branco (paz), marrom (a terra) |
Saudação | Kaô Kabiesilê; venham ver nascer sobre o chão |
Instrumento | oxé (machado de pedra de lâmina dupla) (Oyá) |
Significado | nove (ela teve nove filhos) |
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Dia da semana | quarta-feira (ou segunda-feira) |
Cores | vermelho (ativo e fogo) ou marrom (a terra) |
Saudação | E Parrei! - Olá! Jovial e alegre ou Que bela espada! |
Instrumento | iruexim (cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo) |
Significado | rio que passa por Oxogbo, cidade nigeriana |
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Dia da semana | sábado |
Cor | dourada (amarela) |
Saudação | Ora ieiê ô!; brincar nas águas |
Instrumento | abebê (espelho) |
Significado | rainha |
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Dia da semana | quarta-feira |
Cor | vermelha |
Saudação | Obá xirê! - rainha poderosa, forte |
Instrumento | adaga |
Significado | príncipe aclamado (Odé, relação com Ogum e Edé, ligação com Oxóssi) |
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Dia da semana | quinta-feira |
Cores | azul-turquesa e amarelo (dourado) |
Saudação | Lóci, lóci, Logum! Grita seu brado de guerra, príncipe guerreiro! |
Instrumento | ofá (arco e flecha) e abebê (espelho) |
Significado | originariamente néné/nana/nanã |
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Dia da semana | terça-feira |
Cores | lilás ou branco rajado de azul |
Saudação | Saluba Nanã! - Salve, dona do pote da Terra! |
Instrumento | ibiri (espécie de bengala) |
Significado | rei, senhor da terra |
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Dia da semana | segunda-feira |
Cores | branco (paz e cura), preto (conhecimento) e/ou vermelho (atividade) |
Saudação | Atotô! Oto, Silêncio! |
Instrumento | xaxará (espécie de bastão mágico) |
Significado | luz divina |
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Dia da semana | terça-feira (ou quinta-feira) |
Cores | verde (cura) e branca (paz) |
Saudação | Eu, eu assa! - Oh, folhas! |
Instrumento | haste metálica de sete pontas, com um pombo no centro |
Significado | aquele que se desloca com a chuva |
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Dia da semana | terça-feira |
Cores | amarela (conhecimento) e verde (saúde) |
Saudação | Arruboboí! - gbogbo, contínuo |
Instrumento | serpente de metal |
Significado | iya, significa mãe; Omo, filho; e Eja, peixe |
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Dia da semana | sábado |
Cores | branco e azul (cristal translúcido) |
Saudação | O doiá! (odo, rio) |
Instrumento | abebê (espelho) |
Significado | Luz branca (oxa, luz; e alá, branco) |
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Dia da semana | sexta-feira |
Cor | branca |
Saudação | Epa, Babá! - Salve, pai! |
Instrumento | paxorô (espécie de cajado) |
Significado | ib significa nascer; e eji, dois |
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Dia da semana | domingo |
Cores | todas |
Saudação | Beje eró! - Chamar os dois! |
Instrumento | não há |
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