Carbamatos

Também conhecidos como uretanos, os carbamatos são compostos derivados de ésteres do ácido carbâmico (CH3NO2), substância altamente instável. Na natureza, os carbamatos estão presentes na hemoglobina, onde são constituídos no momento em que o gás carbônico se liga com as cadeias de globina. Também há a formação de um grupo carbamato no início do Ciclo de Calvin (fase não luminosa da fotossíntese), o que torna possível a ação da enzima ribulose-bisfosfato carboxilase oxigenase (proteína mais abundante do planeta, responsável pela fixação do dióxido de carbono na fotossíntese).

A principal aplicação do grupo carbamatos pela indústria é na composição de pesticidas sintéticos. Trata-se de compostos amplamente eficazes, introduzidos no mercado consumidor desde 1950, muito utilizados pelos países em desenvolvimento. Existem hoje aproximadamente 14 tipos diferentes de inseticidas carbamatos disponíveis no mercado.

A ação desses pesticidas pode ser por contato ou ingestão e se baseia na inibição da enzima acetilcolinesterase, que desempenha a função de degradação do neurotransmissor acetilcolina. A inibição dessa enzima provoca um acúmulo da acetilcolina na sinapse do inseto, paralisando a transmissão na sinapse colinérgica, sem a passagem de impulsos nervosos, o organismo é levado à morte.

Os carbamatos são tóxicos aos seres humanos e aos animais, são bem absorvidos por inalação e via oral e pouco absorvidos pela pele, podem causar efeitos adversos aos Sistemas Nervosos Central e Periférico, além de ações imunodepressoras e cancerígenas. São instáveis e voláteis, podem ser degradados por excesso de umidade, altas temperaturas, alcalinidade e luminosidade. São metabolizados por seres vivos (animais, vegetais e microrganismos de um modo geral). Sua decomposição produz substâncias tóxicas como amônia e dióxido de carbono, e outros compostos como aminas, álcoois e fenóis.

Além de pesticidas, os carbamatos também são empregados na produção de polímeros como o poliuretano , encontrados comercialmente sob a forma de espumas, adesivos de alto desempenho, selantes, fibras, vedações, preservativos, carpetes, tintas, peças de plástico rígido e elastômeros. Os carbamatos também podem ser utilizados na produção de medicamentos, especialmente, os destinados ao tratamento do Mal de Alzheimer.

Referências http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbamato http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene3.htm http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXII.orga.htm http://www.scielo.br/pdf/cta/v27n1/34.pdf

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