Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Pertenceu à segunda geração do Modernismo brasileiro.

Carlos Drummond de Andrade. Foto: autor desconhecido / via Wikimedia Commons

Nasceu em 31 de outubro de 1902 na cidade de Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais.  Filho de proprietários rurais, durante sua adolescência foi encaminhado para estudar em colégios internos em Belo Horizonte e também em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Após concluir os estudos, regressou à Belo Horizonte e iniciou sua carreira de escritor publicando artigos no Diário de Minas em 1921.

Já no ano seguinte foi vencedor do “Concurso Novela Mineira” com o conto “Joaquim do Telhado”.

Sua família fazia questão que ele conquistasse formação acadêmica, motivo pelo qual ingressou no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, concluindo-o em 1925.

No mesmo ano casou-se com Dolores Dutra de Morais e fundou com outros escritores “A Revista”, veículo com publicações que consolidaram o Modernismo mineiro.

Durante os anos seguintes, Drummond lecionou em Itabira e depois se mudou para Belo Horizonte, trabalhando como redator no Diário de Minas.

Em 1928, fez a publicação que impactou sua carreira: a poesia “No Meio do Caminho”, na Revista de Antropofagia de São Paulo.

A obra foi criticada pela imprensa, por conta da construção repetitiva e inusitada de suas estrofes. O trecho "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho" ganhou repercussão e a poesia foi apontada até como forma de provocação na época.

Ainda em 1928, Drummond ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior. Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", contendo 49 poemas. Em 1934 transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945.

Em 1942 publicou seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962 foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.

Em 1946 foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra. Durante os anos 60 e 70 escreveu para jornais do Rio de Janeiro e dedicou-se à produção de crônicas e poesias.

Em 1967, em comemoração aos 40 anos do poema "No Meio do Caminho", Drummond reúne grande parte do material publicado sobre si no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho – Biografia de Um Poema".

O estilo poético de Carlos Drummond de Andrade ficou caracterizado por observações do cotidiano misturadas a traços de ironia, pessimismo e humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, sendo também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.

O poeta faleceu em 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro, dias após a morte de sua única filha, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

Algumas obras:

  • No Meio do Caminho, 1928
  • Alguma Poesia, 1930
  • Poema de Sete Faces, 1930
  • Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, 1930
  • Brejo das Almas, 1934
  • Sentimento do Mundo, 1940
  • Poesias e José, 1942
  • Confissões de Minas, 1942
  • A Rosa do Povo, 1945
  • Poesia até Agora, 1948
  • Claro Enigma, 1951
  • Contos de Aprendiz, 1951
  • Viola de Bolso, 1952
  • Passeios na Ilha, 1952
  • Fazendeiro do Ar, 1953
  • Ciclo, 1957
  • Fala, Amendoeira, 1957
  • Poemas, 1959
  • A Vida Passada a Limpo, 1959
  • Lições de Coisas, 1962
  • A Bolsa e a Vida, 1962
  • Boitempo, 1968
  • Cadeira de Balanço, 1970
  • Menino Antigo, 1973
  • As Impurezas do Branco, 1973
  • Discurso da Primavera e Outras Sombras, 1978
  • O Corpo, 1984
  • Amar se Aprende Amando, 1985
  • Elegia a Um Tucano Morto, 1987

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