Cecília Meireles

Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a primeira mulher que conquistou destaque e prestígio na literatura brasileira, publicando mais de 50 obras. Realizou diversos trabalhos como poetisa, professora, jornalista e pintora.

Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901. Na infância ficou órfã de pai e mãe, sendo criada pela avó materna.

Cecília Meireles. Foto: autor desconhecido / via Wikimedia Commons

Logo após o término do curso primário, seus talentos já começaram a despontar: na Escola Estácio de Sá, recebeu diretamente de Olavo Bilac a medalha de ouro pela conclusão dos estudos com louvor.

Em 1917 formou-se professora pelo Instituto de Educação e exerceu o magistério em escolas oficiais do Rio de Janeiro.

Em 1919, com apenas 18 anos, iniciou sua carreira literária com a publicação do livro "Espectros", trazendo 17 sonetos de temas históricos.

Apesar de ter vivido na época em que o movimento Modernista atingia seu auge, a obra de Cecília possui muita musicalidade e traços românticos, realistas e surrealistas.

Foi muito influenciada também pelo movimento Simbolista e grande parte disso deve-se à sua participação na “Revista Festa”, um grupo literário católico, conservador e anti-modernista. Através de suas vivências no grupo, Cecília absorveu a visão espiritualista que aparece muito presente em suas obras. Desilusões amorosas e solidão também foram temas abordados com frequência.

Em 1922 casou-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Ficou viúva e casou-se pela segunda vez com o engenheiro Heitor Vinícius da Silva Grilo, falecido em 1972.

Entre os anos de 1930 e 1931 atuou como jornalista, publicando artigos que destacavam os problemas na educação. Bastante engajada com o tema, em 1934 fundou a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro.

Em 1939 publicou "Viagem", livro com o qual conquistou o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras.

Após esse feito, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas em 1940 e articulou conferências sobre a Literatura Brasileira em Lisboa e Coimbra.

Publicou em Lisboa o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Em 1942 tornou-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e dedicou-se a várias viagens aos Estados Unidos, Europa, Ásia e África; sempre proferindo conferências sobre Literatura, Educação e Folclore.

Cecília Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964 e seu velório foi realizado no Ministério da Educação e Cultura.

Em 1989 a autora foi homenageada pelo Banco Central, tendo seu retrato impresso na cédula de cem cruzados novos. Alguns poemas como "Canteiros" e "Motivo" foram musicados pelo cantor Fagner.

Algumas obras:

  • Espectros, 1919
  • Nunca Mais... e Poema dos Poemas, 1923
  • Baladas Para El-Rei, 1925
  • Viagem, 1925
  • Viagem, 1939
  • Vaga Música, 1942
  • Mar Absoluto, 1945
  • Evocação Lírica de Lisboa, 1948
  • Retrato Natural, 1949
  • Amor em Leonoreta, 1952
  • Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952
  • Romanceiro da Inconfidência, 1953
  • Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
  • Pístoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
  • Canção, 1956
  • Giroflê, Giroflá, 1956
  • Romance de Santa Cecília, 1957
  • A Rosa, 1957
  • Eternidade em Israel, 1959
  • Metal Rosicler, 1960
  • Poemas Escritos Na Índia, 1962
  • Antologia Poética, 1963
  • Ou Isto Ou Aquilo, 1965
  • Escolha o Seu Sonho, 1964
  • Crônica Trovoada da Cidade de San Sebastian, 1965
  • Poemas Italianos, 1968
  • Inéditos, 1968

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