Che Guevara foi um importante líder do movimento socialista na América Latina e da Revolução Cubana. Atuou como jornalista, médico e político.
Por sua história de luta, tornou-se um símbolo de coragem e rebeldia contra as injustiças do mundo.
Nas palavras de Guevara: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” (É preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais)
Fidel Castro e Che Guevara em 1960.
Ernesto Guevara de la Serna nasceu na cidade Rosário, Argentina, dia 14 de junho de 1928.
Filho de uma família de classe alta era o primogênito do casal Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa. Com apenas alguns dias de vida sofreu de pneumonia e, por conseguinte, de crise asmática.
Diante desse fato, a família busca um lugar melhor para viver e escolhem a região serrana de Córdoba, Alto García.
Sua educação sempre esteve permeada por um alto rendimento escolar. Apreciava a leitura com preferência para a filosofia e a literatura. Em 1946, com 17 anos, termina os estudos secundários e com sua família muda-se para Buenos Aires.
Estuda Medicina na Universidade Nacional de Buenos Aires. Contudo, abandona o curso e, com apenas 21 anos de idade, resolve viajar pelo norte da Argentina numa motocicleta que ele mesmo projetou.
Outras aventuras como essa foi realizada ao lado de seu amigo de colégio Alberto Granado. Em 1952, decidem percorrer 10 mil quilômetros, e em 8 meses conheceram 5 países da América do Sul.
Esse momento foi um grande divisor de águas para o amadurecimento das ideias de Guevara.
Lutando para sobreviver durante a viagem, conheceu muitas pessoas e lugares miseráveis da América Latina. Assim tornou-se não somente um argentino indignado pelas causas e consequências de um povo oprimido e explorado, mas sobretudo, um cidadão latino-americano.
Em 1953, com 25 anos, gradua-se em medicina na Universidade Nacional de Buenos Aires e decide viajar novamente pela América Latina.
Neste ano, conhece sua primeira esposa, a economista peruana Hilda Gadea, com quem teria uma filha. Porém, a relação terminaria em 1959.
Che Guevara ainda se casaria com a cubana Aleida March e teria mais quatro filhos.
Liderou colunas militares durante o levante que derrubou o governo de Fulgêncio Batista. Em seguida, participou ativamente do governo cubano como ministro e embaixador.
Seguindo sua ideia de espalhar o socialismo pela América Latina estabelece uma guerrilha na Bolívia. No entanto, foi capturado e executado por soldados bolivianos. Morre na aldeia de “La Higuera”, no dia 9 de outubro de 1967.
Nas palavras de Che: “Prefiero morir de pie, a vivir arrodillado” (Prefiro morrer de pé que viver sempre ajoelhado).
VEJA TAMBÉM: CubaGuevara travou conhecimento com os revolucionários cubanos através da esposa, Hilda Gadea, no México. Gadea era comunista e estava exilada naquele país. Nesta ocasião, “Che”, como ficou conhecido, é apresentado a Fidel Castro e ao seu irmão Raul Castro, tornando-se grandes companheiros.
Posteriormente, se uniu com os revolucionários, na região serrana de Serra Maestra, Cuba, os quais almejavam derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista. Seu governo tinha o apoio dos Estados Unidos, e era um regime corrupto.
Liderada por Fidel Castro, a revolução cubana culminou na vitória dos revolucionários, em 1959, contra o quartel de Moncada.
Fidel Castro havia declarado repetidas ocasiões que não era socialista. Porém, influenciado por Che Guevara, Castro entendeu que o socialismo (e uma aliança com a URSS) seria a melhor alternativa para Cuba.
Afinal, o ideal de Che Guevara era disseminar o socialismo pela América Latina. Segundo ele:
O socialismo não é uma sociedade beneficente, não é um regime utópico, baseado na bondade do homem como homem.
O socialismo é um regime a que se chega historicamente e que tem por base a socialização dos bens fundamentais de produção e a distribuição equitativa de todas as riquezas da sociedade, numa situação de produção social.
VEJA TAMBÉM: MarxismoFidel Castro e seus companheiros saem vitoriosos da guerra contra Fulgêncio Batista. Este é exilado e começa um novo regime na Ilha de Cuba.
Che Guevara é nomeado presidente das Comissões Depuradoras com o intuito de processar os antigos oficiais do Exército de Batista. Segundo testemunho de dissidentes, vários militares são condenados à morte sem julgamento.
Posteriormente, Guevara assume o Ministério da Indústria, onde procede a coletivização das fazendas desapropriadas. Também é nomeado embaixador de Cuba e com isso viaja pelo mundo relatando as mudanças operadas na Ilha.
A fragilidade do novo governo e sua proximidade geográfica com os Estados Unidos fazem a União Soviética acenar com ajuda financeira aos dirigentes cubanos. No contexto da Guerra Fria seria bom contar com um aliado como a URSS.
Desta maneira, Fidel Castro, Che Guevara e outros dirigentes cubanos vão à União Soviética, em 1960, concretizar esta aliança política, econômica e militar.
Saiba mais sobre a Guerra Fria.
Che Guevara e o dirigente soviético Nikita Kruschev, 1960.
Leia Capitalismo e Socialismo.
Apesar de ter uma posição privilegiada no governo cubano, Che Guevara começou a ser mal-visto por muitos companheiros. Em um discurso na ONU ele admitiu os fuzilamentos cometidos contra os opositores do novo regime.
Desta maneira, a fim de se afastar de Cuba, planeja a guerrilha socialista para outros cantos da América Latina. O país escolhido foi a Bolívia por apresentar, segundo ele, condições ideais para um levante campesino.
No entanto, sem o apoio da comunidade local e perseguido pelo Exército boliviano, Che Guevara é capturado em outubro de 1967. Os comandantes bolivianos tinham ordens para executá-lo e a cumpriram sem demora.
Os soldados receberam instruções para não atirarem no rosto, a fim de parecer que ele tinha sido capturado em combate. Esta versão foi desmontada anos mais tarde através das fotos e da exumação do cadáver.
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