Cláudio Manuel da Costa

Cláudio Manuel da Costa foi advogado, magistrado e poeta nascido na época do Brasil Colônia. Destacou-se pelas suas obras poéticas que transitavam entre o Barroco, Arcadismo e Iluminismo e também pelo seu envolvimento na Inconfidência Mineira. É o Patrono da cadeira número 8 da Academia Brasileira de Letras.

Nascido na zona rural de Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana, em Minas Gerais. Filho de João Gonçalves da Costa, lavrador e minerador e de Teresa Ribeira de Alvarenga. Pertencendo a uma família de posses, fez seus primeiros estudos em Vila Rica e foi encaminhado para cursar Filosofia no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Depois foi enviado para Portugal, onde se formou em Cânones pela Universidade de Coimbra em 1753.

Nessa época publicou folhetos de versos que continham alguns poemas consagrados à memória de Frei Gaspar da Encarnação, apresentando estilo com fortes influências e traços do Barroco.

Vivendo em Portugal, Cláudio também teve contato com as ideias de renovação da cultura que eram disseminadas por Marquês de Pombal e Luís António Verney.

Regressou ao Brasil em 1753, advogando e dedicando-se à mineração em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto. No período entre 1762 e 1765 exerceu o cargo de Secretário do Governo da Capitania.

Sua trajetória literária consolidou-se em 1768, com a publicação de "Obras Poéticas", livro que marcou o início do Arcadismo no Brasil. Essa corrente literária de origem europeia valorizava a vida no campo, suas paisagens bucólicas e elementos da natureza.

O poeta fez composições líricas que focavam as desilusões amorosas. Já suas composições épicas eram voltadas aos acontecimentos importantes da época.

Exemplo disso é “Vila Rica”, poema épico composto em 1773 que versa sobre os feitos de bandeirantes paulistas no desbravamento dos sertões, culminando na fundação da cidade de Vila Rica.

O poema destacou-se por apresentar as características arcádicas misturadas com a temática brasileira. Foi publicado somente em 1839, em Ouro Preto.

Durante as décadas de 1770 e 1780, Cláudio produziu diversas poesias demonstrando preocupação com os problemas políticos e sociais que despontavam na época.

Envolveu-se e participou da Inconfidência Mineira, movimento que ocorreu em 1789 em Vila Rica em prol da independência do Brasil. Os poetas Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Joaquim José da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis entre outros; planejavam uma revolta buscando estabelecer um governo independente de Portugal.

O grupo foi traído por Joaquim Silvério dos Reis e os conspiradores foram presos. Assim, Cláudio Manuel da Costa foi levado para prisão no dia 25 de maio de 1789. Houve um interrogatório em dois de julho de 1789, onde o poeta intimidou-se e comprometeu seus amigos inconfidentes. Foi encontrado morto em quatro de julho do mesmo ano, quando oficialmente foi declarado suicídio.

Algumas obras:

  • Munúsculo Métrico, 1751
  • Epicédio, 1753
  • Labirinto de Amor, 1753
  • Números Harmônicos Temperados em Heroica e Lírica Ressonância, 1753
  • Obras Poéticas, 1768
  • Vila Rica, 1839

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