O “Descobrimento” do Brasil foi fruto do esforço intelectual e de várias expedições marítimas realizadas pelos navegadores portugueses.
Cada vez mais a expressão “descobrimento” está sendo questionada pelos estudiosos por não descrever com exatidão este fato histórico.
O “Descobrimento” do Brasil deve, antes de tudo, ser considerado no contexto das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos promovidos nos séculos XV e XVI.
Nesta época, Portugal e Espanha se lançaram ao mar em busca de novas terras e, principalmente, metais preciosos. Com isso sabemos, que anos antes dos portugueses, navegadores a serviço da coroa de Castela já teriam avistado terras no sul da América.
Devemos frisar que a expressão "descobrimento" é um termo eurocêntrico, uma vez que denota não haver habitantes nas terras encontradas pelos portugueses.
Desse modo, a expressão “Chegada dos Portugueses ao Brasil” seria mais precisa, pois reconhece a existência dos índios autóctones que foram conquistados.
VEJA TAMBÉM: As Primeiras Grandes NavegaçõesA esquadra que chegou ao Brasil era composta por experientes navegadores e bastante numerosa.
Seu objetivo principal era chegar às Índias para negociar tratados comerciais, após a bem-sucedida viagem feita por Vasco da Gama em 1498. No entanto, antes deveriam verificar as terras que existiam a oeste.
Contudo, devido às hostilidades dos povos locais, Vasco da Gama recomenda o uso da força para realização do comércio de especiarias nas Índias; daí a pujança da próxima esquadra.
As caravelas partem do rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500, com mantimentos para mais de dezoito meses, treze embarcações e cerca de mil e quatrocentos homens. Tudo isso estava sob o comando do fidalgo Pedro Álvares Cabral, declaradamente com destino às Índias e com a presença de Duarte Pacheco Pereira.
Assim, em 22 de março os navegantes contornaram a Ilha de Cabo Verde de onde seguiram para oeste, atravessando o Oceano Atlântico.
Por muito tempo, acreditou-se que essas terras teriam sido descobertas casualmente. No entanto, a experiência dos navegadores revela que eles não perderiam tão facilmente. Igualmente o rumo tomado pelas embarcações prova que elas não foram desviadas por nenhuma tempestade.
A coordenação entre os navios era essencial, por isso se comunicavam por meio de disparos de canhão para que não se perdessem uns dos outros.
Outro fato curioso e pouco estudado, foi a expedição secreta de 1498, quando Pacheco Pereira, a serviço de Portugal, teria confirmado a existência das terras brasileiras.
Deste modo foram muitos os navegadores que antecederam a Pedro Álvares Cabral, entre eles Vicente Yáñez Pinzón, Diego de Lepe, João Coelho da Porta da Cruz e o já citado Duarte Pacheco Pereira.
Sem relatos de qualquer tipo de dificuldade ou imprevisto, a esquadra de Cabral cruza aproximadamente 3600 quilômetros em um mês, até encontrarem os primeiros sinais de terra.
Imediatamente após a confirmação do encontro, Gaspar de Lemos, um dos mais experiente navegadores da esquadra e comandante da naveta de mantimentos, recebeu ordens de retornar a Portugal. Ele entregaria o relato de Pero Vaz de Caminha, a famosa Carta, ao rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil.
Chegando ao litoral sul do que viria a ser o Estado da Bahia, as caravelas da esquadra portuguesa avistaram um monte, o qual foi batizado de Monte Pascoal.
Nessa data, 22 de abril, somente uma pequena incursão da frota aportaria no litoral, local que ficou conhecido como Porto Seguro.
VEJA TAMBÉM: Carta de Pero Vaz de CaminhaSomente dois dias após a chegada, é que os portugueses travaram conhecimento com os indígenas que habitavam a região. Cabral, então, embarcou alguns indígenas em sua caravela.
O litoral baiano era ocupado pelos índios Tupinambás e os Tupiniquins, enquanto mais para o interior viviam os Aimorés.
Na caravela, os índios experimentaram – e não gostaram – os alimentos dos portugueses e se espantaram com os animais, como as galinhas, que esses traziam nos navios.
Segundo Pero Vaz Caminha, contudo, ao verem objetos de prata e ouro, os indígenas deram a entender que conheciam e apontaram para a terra. Os portugueses entenderam com este gesto que eles possuíam aqueles metais, o que não foi confirmado pelas prospecções.
O estranhamento também viera dos portugueses, os quais não compreendiam o fato dos índios andarem nus. Igualmente, ao não encontrarem estátuas representando deuses, concluíram que aqueles indígenas não tinham religião.
Mais adiante, no dia 26 de abril, foi solenizada a primeira missa em solo brasileiro, realizada por Frei Henrique de Coimbra.
Após rezar a missa e renovar os suprimentos da esquadra, Pedro Álvares Cabral rumou para as Índias. Como acreditavam que a terra descoberta não passava de uma ilha, nomeou-a Ilha de Vera Cruz, o qual logo foi substituído por Terra de Santa Cruz, pois os navegantes perceberam se tratar de um continente.
Por fim, decidiram chamá-la de Brasil em 1511, devido a grande quantidade de árvores de pau-brasil na região. Mesmo assim, alguns autores europeus referiam-se às novas terras como "terra dos papagaios" pela grande quantidade desses pássaros encontrada na região.
Apesar do achamento e do relato feito ao rei, a Coroa portuguesa tinha outras prioridades e não mandou nenhuma expedição para ocupar as terras encontradas. Somente negociavam com os índios em troca do pau-brasil.
A notícia da riqueza das novas terras atraiu o interesse de franceses, holandeses e ingleses, quais a Coroa portuguesa não tinha nenhum tratado como o de Tordesilhas.
Por isso, a partir de 1530, uma expedição foi organizada pelo experiente e rico Martim Afonso de Souza, a fim de ocupar as novas terras.
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