Não se sabe ao certo de onde surgiu a ideia do Dia da Mentira, celebrado no dia 1º de abril. A teoria mais aceita quanto à origem do dia da mentira remonta ao século XVI, na França.
A brincadeira teria começado por ocasião da troca de calendário ordenada pelo rei Carlos IX, em 1564. Até então, estava em vigor o calendário Juliano, pelo qual as festividades do ano novo eram comemoradas de 25 de março a 1º de abril. A partir da ordem do rei, o calendário Gregoriano passaria a ser utilizado, o que significa que o ano teria início em primeiro de janeiro.
Considerando as condições de comunicação naquele século, a mudança deve ter levado meses, ou mesmo anos para ser de conhecimento de todos os franceses. Além disso, muitas pessoas foram contra essa mudança, e continuaram a comemorar a passagem de ano de acordo com o calendário Juliano.
As piadas tiveram origem, portanto, da resistência de alguns, e da falta de informação de outros em relação à troca de calendários. Consta que eram comuns os convites para festas de “fim de ano” falsas. Quando as pessoas deixaram de cair na mesma mentira, das festas de fim de ano, os “mentirosos” passaram a criar outras situações fictícias, como casamentos, dos quais enviavam diversos convites. As brincadeiras nessa época do ano espalharam-se por toda a Europa, e chegaram ao Brasil por intermédio dos portugueses.
Em 1848, em um dia 1º de abril, foi lançado em Pernambuco um periódico chamado “A mentira”, que já em sua primeira edição noticiava a morte de Dom Pedro, noticia desmentida na edição do dia seguinte.
A mídia britânica, também nessa época, adotou a tradição de enganar seus leitores com histórias fantásticas, tradição esta que perdura até os dias atuais, e que faz vítimas, ou noodles (patetas, como são chamados na Inglaterra os que caem na mentira) até em outros países, inclusive no Brasil.
Os periódicos mais renomados do país, como a revista Veja e o jornal A Folha de São Paulo já foram noodles (patetas). Em 1993, a Veja reproduziu a notícia divulgada pela revista britânica New Scientist, que descrevia uma experiência bem sucedida realizada na Alemanha, que teria criado uma nova espécie de alimento (de sabor agradável), resultado da união de células de boi com células de tomate, dando origem a uma espécie animal-vegetal, um “boimate”. A revista Veja só assumiu o erro após a publicação de uma matéria que revelando a mentira na Folha de São Paulo.
Mas nesse mesmo ano (e mês), a própria Folha cairia em outra pegadinha inglesa, ao reproduzir, como verdadeira, uma matéria publicada no jornal inglês The Independent, que noticiava que arqueólogos teriam descoberto evidências materiais da existência da vila dos gauleses Asterix e Obelix. Para “sorte” dos leitores, outro jornal, a Gazeta Mercantil, publicou uma matéria a respeito da tradição inglesa de vincular notícias mentirosas em abril, citando como exemplo de piada, o anúncio da descoberta dos arqueólogos.
Se na Inglaterra as pessoas que acreditam nas histórias de 1º de abril são chamados de patetas (noodles), nos Estados Unidos são chamados de bobos de abril (april fools), na Escócia de tolos de abril (april gowks) e na França de peixe de abril (poisson d"avril).
Fontes "HowStuffWorks - Por que 1º de abril é considerado o dia da mentira?". Publicado em 30 de março de 2001 (atualizado em 17 de julho de 2008) Disponível em http://pessoas.hsw.uol.com.br/questao6041.htm Acessado em: 24 de fev. 2009.
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