Érico Veríssimo

Érico Lopes Veríssimo foi um dos mais renomados romancistas brasileiros. Fez parte da segunda fase do Modernismo. "Olhai os Lírios do Campo" é considerada sua obra prima.

Nascido em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, em 17 de dezembro de 1905. Filho de uma família rica e tradicional que perdeu tudo no começo do século. Estudou no Colégio Venâncio Alves, em Cruz Alta.

Com 13 anos já lia autores brasileiros consagrados como Aluísio Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo e Coelho Neto.

O escritor Érico Veríssimo. Foto: Revista do Globo, edição nº 276, pág. 23 (1940) / via Wikimedia Commons

Também era leitor de talentos estrangeiros como Dostoievski e Walter Scott.

Em 1920 foi para Porto Alegre e estudou no Colégio Cruzeiro do Sul, mas não concluiu o curso. Voltou para Cruz Alta e desistiu de cursar universidade. Em 1925 trabalhou no Banco Nacional do Comércio e no ano seguinte ficou sócio de uma farmácia. Paralelamente, ministrava aulas de literatura e inglês.

Em 1929 começou a escrever contos para revistas e jornais.

Em 1930, sua farmácia foi à falência. Em 1931, Érico casa-se com Mafalda Halfem Volpe, com quem teve dois filhos.

Mudou-se para Porto Alegre e foi contratado para o cargo de secretário de redação da Revista do Globo, passando a conviver com muitos escritores renomados.

Em 1932 foi promovido a Diretor da Revista do Globo e atuou no departamento editorial da Livraria do Globo. Ainda no mesmo ano, Érico publica uma coletânea de contos: "Fantoche", considerada sua estreia na literatura.

A obra do autor pode ser dividida em três fases. Na primeira, a abordagem foi ética e urbana, como se pode observar nos romances "Clarissa" e "Caminhos Cruzados".

A fase de transição do autor pode ser notada em "O Resto é Silêncio". A segunda fase é direcionada para uma investigação completa do passado histórico do Rio Grande do Sul, em "O Tempo e o Vento". Essa obra engloba três romances, trazendo um vasto texto épico e esmiuçando as famílias do patriarcalismo gaúcho.

A terceira fase traz romances de aberta reação ao sistema político do século XX, como "Senhor Embaixador" e "O Prisioneiro".

Em 1941 Érico Veríssimo foi para os Estados Unidos em missão cultural, a convite do Departamento de Estado americano.

Em 1943 foi lecionar Literatura brasileira na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Em 1953, ocupou o posto de Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana.

O registro de suas viagens foi descrito nos livros "Gato Preto em Campo de Neve" e "A Volta do Gato Preto".

Em 1969, a casa onde nasceu foi transformada em Museu. Recebeu o "Prêmio Machado de Assis" com a obra "Música ao Longe" e o "Prêmio Graça Aranha" por "Caminhos Cruzados".

Em 1973, escreveu o primeiro volume da trilogia de sua autobiografia "Solo de Clarineta", mas não chegou a concluir o segundo volume. Érico Veríssimo faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, dia 28 de novembro de 1975.

Seu filho Luis Fernando Veríssimo é autor de livros famosos como “O Analista de Bagé” e “Comédia da Vida Privada”.

Algumas obras:

  • Fantoche, 1932
  • Clarissa, 1933
  • Caminhos Cruzados, 1935
  • Música ao Longe, 1935
  • A Vida de Joana D'Arc, 1935
  • Um Lugar ao Sol, 1936
  • As Aventuras do Avião Vermelho, 1936
  • Rosa Maria no Castelo Encantado, 1936
  • Os Três Porquinhos, 1936
  • Meu ABC, 1936
  • As Aventuras de Tibicuera, 1937
  • O Urso com Música na Barriga, 1938
  • Olhai os Lírios do Campo, 1938
  • A Vida do Elefante Basílio, 1939
  • Outra Vez os Três Porquinhos, 1939
  • Viagem à Aurora do Mundo, 1939
  • Aventuras no Mundo da Higiene, 1939
  • Saga, ficção, 1940
  • Gato Preto em Campo de Neve, 1941
  • As Mãos de Meu Filho, 1942
  • O Resto é Silencio, 1942
  • A Volta do Gato Preto, 1946
  • O Tempo e o Vento I, O Continente, 1948
  • O Tempo e o Vento II, O Retrato, 1951
  • Noite, 1954
  • Gente e Bichos, 1956
  • O Ataque, novelas, 1959
  • O Tempo e o Vento III, O Arquipélago, 1961
  • O Senhor Embaixador, 1965
  • O Prisioneiro, 1967
  • Israel em Abril, 1969
  • Incidente em Antares, 1971
  • Solo de Clarineta, memórias, vol.I, 1973; Vol.II, 1975

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