A estivação é um fenômeno praticado por animais que vivem em desertos ou em climas tropicais. Alguns biólogos definem estivação como o estado de letargia induzida em animais por calor seco excessivo. Para se defender, muitos animais entram em sono profundo ou sono estival quando as condições climáticas se tornam muito quentes e secas para ser possível a sobrevivência. Geralmente neste processo algumas espécies fazem covas no solo, onde a temperatura permanece fria, e reduzem a atividade metabólica de maneira similar à hibernação.
Este fenômeno acontece em várias espécies, como os moluscos, artrópodes, peixes, répteis e mamíferos. Os peixes dipnóicos (peixes pulmonados) através da estivação conseguem viver sem água por até três anos. Por serem peixes primitivos que ainda possuem pulmões, é possível que eles vivam fora da água e respirem ar. Um exemplo de peixe dipnóico é a pirambóia, peixe do norte brasileiro que habita rios e pântanos que se dessecam periodicamente.
Nos períodos de grande seca, a pirambóia vive enterrada e envolvida por um casulo formado pela secreção e endurecimento de muco. Na parte superior do casulo existe uma abertura de onde surge um tubo que penetra na boca do animal, o qual, graças ao seu pulmão, vive respirando o ar atmosférico. Mesmo quando a lama seca completamente, o peixe permanece úmido e respira através do tubo de muco. Para se manter nutrido durante o processo de estivação, o animal utiliza-se de suas gorduras acumuladas em torno dos órgãos. Neste período de sono intenso o metabolismo do animal é reduzido, e ele excreta diminuta quantidade de uréia que se acumula no sangue e é eliminada quando o peixe volta à vida ativa.
Algumas espécies de caracóis terrestres como as dos gêneros Heliz, Cernuella, Helicella e Otala entram em processo de estivação durante as estações quentes e secas, onde há pouco alimento e a umidade é escassa. Para fugir do calor intenso do solo, os caracóis sobem em plantas altas, incluindo arbustos e árvores, como também em estruturas feitas pelo homem, tais como postes, cercas, etc.; e entram em estivação. Assim protegidos, os caracóis esperam até que o tempo se torne mais adequado para sua sobrevivência.
Alguns crustáceos como os caranguejos terrestres, passam as estações de seca em um estado inativo no fundo de suas tocas. Os anfíbios, como o sapo-cururu, move-se até o subsolo, onde é mais frio e mais úmido para entrar em estivação. Alguns pequenos mamíferos ficam inativos em suas tocas durante o final do verão, com suas temperaturas internas corpóreas aproximando-se da temperatura ambiente. Esse estado é provavelmente semelhante fisiologicamente ao de hibernação, diferindo, porém, na estação do ano.
Referências Bibliográficas: http://ciencia.hsw.uol.com.br/hibernacao4.htm http://en.wikipedia.org/wiki/Estivation http://pt.wikipedia.org/wiki/Hibernação
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