A industrialização no Brasil foi historicamente tardia ou retardatária. Enquanto na Europa se desenvolvia a Primeira Revolução Industrial, o Brasil vivia sob o regime de economia colonial.
A metrópole portuguesa proibia o desenvolvimento da manufatura e da indústria, especialmente por dois motivos:
Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, o regente D. João tomou algumas medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial, entre elas:
Essas medidas não surtiram o efeito esperado, pois o mercado interno ainda era pequeno.
Estados e governos estavam ligados a pessoas que desenvolviam atividades agropecuárias exportadoras e a preocupação era expandir a produção de café, de onde provinha a riqueza e o poder.
Dessa forma o Brasil chegou ao fim do século XIX sem completar sua primeira Revolução Industrial, que só ocorreu em 1930, cem anos depois da que ocorreu na Inglaterra.
VEJA TAMBÉM: IndústriaVários fatores contribuíram para o processo de industrialização no Brasil:
A passagem de uma sociedade operária para uma urbano industrial, mudou a paisagem de algumas cidades brasileiras, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro.
O primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) foi decisivo para a industrialização brasileira.
Ele conseguiu tecnologia e financiamento dos Estados Unidos para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, Rio de Janeiro, que só começou a produzir em 1947.
Outras usinas foram implantadas posteriormente, abrindo novos caminhos para a industrialização.
De 1930 a 1955 se desenvolveu setores da indústrias de bens de consumo não duráveis (calçados, roupas, alimentos etc.) e duráveis (móveis, automóveis, etc.).
Entre os anos de 1956 a 1980 ocorreu a implantação de setores mais diversificados de bens intermediários (autopeças para montadoras).
No Brasil, um dos principais polos tecnológicos começou a se formar no início da década de 50, no município de São José dos Campos, onde foi instalado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Na década seguinte, instalou-se o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pela construção de satélites espaciais.
O Porto Digital, criado em 2002, com investimentos do Governo do Estado de Pernambuco, de empresas privadas do setor de TI e de universidades locais, abriga centenas de empresas do ramo de tecnológico. Todas são voltadas para o desenvolvimento de software para gestão empresarial, soluções para o mercado financeiro, para a área de saúde, etc.
No local estão instaladas a Microsoft, IBM, Sansung, Motorola entre outras. Foi reconhecido pela A. T. Kearney como o maior polo tecnológico do Brasil.
Nas universidades brasileiras formaram-se também centros de pesquisa ou polos tecnológicos em vários ramos do conhecimento.
Além desse, vários outros foram sendo criados, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Adolfo Lutz, A Fundação Oswaldo Cruz etc.
Percebe-se no Brasil uma concentração da atividade industrial na Região Sudeste. Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento industrial de São Paulo ocorreu no chamado ABCD paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema), tendo como base a indústria automobilística estrangeira, durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, a existência de programas de industrialização expandiu a industrialização para as regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste.
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