Dizemos que um elemento é um isótopo de outro elemento quando seus átomos possuem o mesmo número de prótons, mas diferente número de nêutrons. Muitos isótopos apresentam uma importante característica: são capazes de emitir algum tipo de radiação, sendo, por isso, chamados de isótopos radioativos ou radioisótopos.
Os átomos dos isótopos radioativos são muitos instáveis: seus núcleos liberam radiações e partículas eletromagnéticas de alta energia, convertendo-se em novos elementos. Esse fenômeno ocorre naturalmente e é denominado decaimento radioativo ou reação de transmutação ou, ainda, reação de desintegração radioativa. O carbono 14 (14C), um isótopo do radioativo do carbono (12C), decai para nitrogênio 14 (14N), forma mais estável do nitrogênio que não emite radiação.
O decaimento radioativo de isótopos é um parâmetro muito importante na determinação do tempo, por isso, é chamado de “relógio geológico”. Isso se deve a uma propriedade dos radioisótopos chamada meia vida, que é o período de tempo necessário para que metade dos seus átomos sofra decaimento radioativo.
A meia vida varia muito de um isótopo para outro, alguns decaem em milhões de anos, outros o fazem em milésimos de segundos. A meia vida do carbono 14, por exemplo, é de 5.730 anos, ou seja, a cada período de 5.730 anos, metade dos seus átomos presentes numa atmosfera decai para nitrogênio 14. O urânio 235 tem meia vida de 700 milhões de anos, enquanto o potássio 40 sofre decaimento dentro de 1,3 milhões de anos e o césio 137, em 30 anos.
Através da meia vida de isótopos radioativos, é possível calcular precisamente a idade de fósseis e rochas sedimentares que os contenham. Devido a isso, o carbono 14 é muito utilizado na datação de ossos, sedimentos orgânicos, madeira e tudo o que provenha de matéria viva com menos de 50 mil anos; enquanto isótopos de meia vida mais longa são utilizados para datar fósseis mais antigos.
Além da datação de fósseis e rochas, os isótopos radioativos têm uma gama de aplicações práticas:
Embora possuam diversas utilizações, os isótopos radioativos também apresentam riscos às pessoas e ao meio ambiente. Em 1987, a cidade de Goiânia (GO) foi o cenário de um grave acidente envolvendo material radioativo. Um aparelho de radioterapia foi desmontado e cápsulas de césio 137 contidas nesse equipamento foram manipuladas e até quebradas, espalhando a substância. Algumas pessoas morreram devido à contaminação por césio 137; e outras foram expostas a doses moderadas, porém, suficientes para aumentar exponencialmente o risco de desenvolver doenças como o câncer.
Referências: FELTRE, Ricardo. Química volume 2. São Paulo: Moderna, 2005. AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia volume 3. São Paulo: Moderna, 2004. http://www.if.ufrgs.br/cref/radio/capitulo7.htm
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