Jânio Quadros foi um político e o 22º presidente do Brasil de 31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961. Sucedeu a Juscelino Kubitschek (1902-1976).
Além disso, foi professor e advogado.
Jânio Quadros foi o único presidente brasileiro a renunciarJânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, no dia 25 de janeiro de 1917.
Cursou o ensino primário em Curitiba, capital do Paraná, no “Grupo Escolar Conselheiro Ezequiel da Silva Romero Bastos” e no “Colégio Estadual do Paraná”, até 1930. Pouco depois se muda para São Paulo e frequenta o “Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo”.
Em 1943, graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Em seguida, ministrou aulas de geografia e português no Colégio Dante Alighieri, Colégio Vera Cruz e na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Começou a carreira política elegendo-se vereador, e posteriormente, prefeito, governador e deputado federal pelo estado de São Paulo.
Estes cargos foram primordiais para adquirir popularidade entre os paulistas e, mais tarde, assumir o cargo de Presidente da República.
Casou-se com Eloá Quadros em 1942 e teve uma filha Dirce Maria Quadros que seguiu a carreira política. Foi deputada federal pelo PSDB em 1987 a 1991.
Faleceu em São Paulo, em 16 de fevereiro de 1992, com 75 anos.
Jânio Quadros ascendeu à presidência do governo brasileiro em 1961 eleito com 5,6 milhões de votos e apoiado pela UDN (União Democrática Nacional). Este partido era de centro-direita e aliado com as políticas dos Estados Unidos. Teve como adversário político o Marechal Henrique Teixeira Lott (1894-1984).
Com seu vice-presidente João Goulart (1918-1976), oriundo do PTB, formou a chapa denominada “Jan-Jan”.
O cenário do Brasil era de crise, pois o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) deixou o país com a economia desestruturada, inflação e o dívida externa maior.
Para conter estes problemas, Quadros congelou salários, desvalorizou a moeda nacional e restringiu o acesso de fundos de crédito, como tentativa de equilibrar a economia.
Quanto ao cenário externo, o mundo vivia a Guerra Fria (liderada pelas duas superpotências mundiais, EUA, capitalista, e a URSS, socialista). Deste modo, Jânio permaneceu numa posição neutra e, muitas vezes, sendo pragmático e privilegiando os interesses econômicos.
A despeito de ser considerado conservador e anticomunista, esta posição não refletiu na política externa de Jânio Quadros. Aproximou-se de nações socialistas como Cuba, China e URSS.
Em 1961, participou da entrega da “Grã-Cruz do Cruzeiro do Sul”, a mais alta condecoração do governo brasileiro a Che Guevara (1928-1967), líder do movimento socialista na América Latina. Este gesto provocou críticas da direita brasileira.
Foi um líder carismático das massas, tentando aproximar-se do povo usando ternos escuros, nos quais deixava cair caspa a fim parecer mais popular.
Embora possuísse certa inclinação autoritária, Jânio auxiliou na consolidação do regime democrático no país, atacando várias vezes a elite, em defesa das camadas populares.
Seguindo esta linha, suas ações foram um tanto controversas como:
Isso demonstrou fragilidade nas metas do plano político proposto, afastando assim, a população e com o tempo, o presidente foi perdendo sua popularidade.
Com efeito, após perder apoio dos militares e com a pressão de Carlos Lacerda (1914-1977), líder da UDN, Jânio renunciou dia 25 de agosto de 1961.
Seu mandato presidencial foi um dos mais breves (quase sete meses) na história da presidência do país. O cargo posteriormente foi assumido pelo vice-presidente: João Goulart.
Numa carta ao Congresso Nacional, Jânio Quadros declarou a pressão que estava sofrendo por “forças terríveis”, fator determinante para justificar sua renúncia.
Segue abaixo alguns trechos da Carta:
“Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores.
Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior.
Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.
Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor. Trabalharemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria.”
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Juliana BezerraBacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.Show life that you have a thousand reasons to smile
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