Maomé (570-632) foi um líder religioso, político e o fundador da religião islâmica. Seus seguidores são conhecidos como “maometanos” ou “muçulmanos”.
Sua atuação foi fundamental para unir a sociedade árabe por meio da religião, visto que eles viviam em tribos e clãs distintos.
Nascido em Meca, em 06 de abril de 570, Maomé (Muhammad, em árabe) ficou órfão muito cedo, sendo criado pelo seu tio Abu Talibe. Com ele, trabalhará como mercador acompanhando as caravanas que faziam as rotas pelo deserto da Arábia.
Tenta se casar com sua prima, mas é rejeitado pela sua condição de órfão. Neste momento, ele era o responsável pelos negócios de Khadija, uma rica viúva da cidade.
Na volta de uma viagem, onde ele tinha sido bem-sucedido, ela lhe propõe casamento e Maomé aceita. Eles permaneceriam casados durante vinte e cinco anos e teriam quatro filhas e dois filhos, que não chegaram a idade adulta.
Maomé pregando a seus seguidores numa das gravuras que ainda mostra o seu rostoQuando tinha quarenta anos, sente-se angustiado com as desigualdades sociais e problemas do seu tempo. Busca refúgio na oração e meditação.
A tradição islâmica afirma que num desses momentos, ele recebeu a visita do Anjo Gabriel, que lhe enviou mensagens de Deus, e designando-o como o último profeta enviado. Essas revelações seriam reunidas num livro considerado sagrado para os muçulmanos: o Corão.
Dessa forma, Maomé começa a disseminar as revelações e alertar para a existência de um único e verdadeiro Deus, numa sociedade politeísta, ou seja, que cultuava vários deuses.
Outro ponto de inflexão durante sua vida foi a jornada noturna, em 621, quando Maomé teria sido transportado até a cidade de Jerusalém. Ali, se encontraria com vários profetas do Antigo Testamento e com Jesus. Também ascenderia o céu onde estaria com o próprio Deus.
Este fato é aceito como real para muçulmanos ortodoxos e como uma viagem espiritual para outras vertentes. De todas as formas, o profeta não teria mais dúvidas de sua missão e continuaria a submeter os povos da Península Árabe aos seus ensinamentos.
Ainda que sua principal meta era pregar a palavra de Deus, Maomé apontou injustiças como a escravidão e os juros extorsivos que eram cobrados em Meca para a realização de negócios. Por conta disso, Maomé começa a fazer inimigos poderosos em Meca que planejaram matá-lo.
VEJA TAMBÉM: IslamismoAs hostilidades em Meca cresciam de tal modo que ele fugiu para Medina, no ano de 622. Este evento é chamado de Hégira e marca o começo do calendário muçulmano.
A partir dali, Maomé vai empreender uma série de guerras contra as tribos e clãs vizinhos, com o objetivo de aceitarem Al-lah, "O Deus", em árabe. Igualmente, empreende matanças contra judeus e cristãos que não renunciaram sua fé. Isto será fonte de controvérsias até hoje.
Maomé volta a Meca, em 629, para reconquistá-la e o faz sem derramar nenhuma gota de sangue. Entra no templo e destrói as imagens que ali estavam, exceto as de Jesus e Maria, e converte Meca na cidade mais importante do Islã.
Após o falecimento de Khadija, em 619, Maomé se casaria com um grande número de mulheres, a fim de consolidar alianças políticas. Um dos matrimônios mais controversos, atualmente, foi com a terceira esposa, Aisha, que tinha apenas 6 anos e Maomé 52.
No total, Maomé teve 13 esposas, mas só teria filhos com Khadija e com Maria, a Copta, uma escrava egípcia que lhe daria um filho, que faleceu aos cinco anos.
Somente sua filha Fátima chegou a idade adulta e se casou com Ali ibn Abi Talib. Sem deixar um sucessor claro, a herança política e espiritual de Maomé acabou dividindo os fiéis entre sunitas e xiitas.
Maomé faleceu em 08 de junho de 632, na cidade de Medina.
VEJA TAMBÉM: Império ÁrabeO Alcorão ou Corão é o livro sagrado da religião islâmica e significa "A Recitação". É dividido em 114 capítulos (chamados de “suras”) e 6326 versículos.
Importante explicar que a palavra “Al”, no árabe, equivale ao artigo definido em português. Assim, o nome correto do livro é “O Corão·”.
O livro reúne as histórias da criação do mundo e os preceitos da religião revelados por Deus ao seu profeta Maomé. Igualmente dá instruções sobre o casamento, a organização social e jurídica da sociedade, não se limitando aos assuntos de fé.
Outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.
O profeta recebeu essas palavras durante vinte e três anos e seus discípulos se encarregaram de escrevê-las após o seu desaparecimento.
Assim como os católicos leram a Bíblia durante muito tempo em latim, o Corão ainda é recitado em árabe nas mesquitas de todo mundo.
A cidade de Meca, na Arábia Saudita, é a mais importante para a religião islâmica. Quando Maomé nasceu era um lugar movimentado que abrigava um templo com 360 deuses, um para cada dia do ano, segundo o calendário usado por ali.
Ao centro se encontra uma grande pedra negra, um meteorito chamado Caaba (Cubo). Acredita-se que estaria ali desde os tempos do primeiro homem bíblico, Adão. Porém não há evidências arqueológicas que o provem.
Sua importância é tal, que Maomé determinou que os muçulmanos realizassem suas orações diárias voltados para a direção da cidade de Meca. Em todas as mesquitas há um lugar especial que aponta o local exato denominado "Qibla".
A peregrinação para a cidade ao menos uma vez na vida é uma das obrigações que todo crente muçulmano deve fazer. O evento que reúne milhões de fiéis e é denominada Hajj ou Hadj.
VEJA TAMBÉM: Arábia SauditaA religião muçulmana considera Jesus como um grande profeta, pois nasceu milagrosamente de uma virgem. No entanto, não aceita que ele tenha morrido numa cruz, nem que teria sido um deus. Tanto Jesus quanto a Virgem Maria são citados várias vezes no Corão.
Jesus e Maomé pregaram uma doutrina de paz, irmandade e igualdade entre os homens e acreditavam na existência de um único Deus (religião monoteísta).
É importante deixar claro que Maomé é somente um profeta de Deus. Na sua vida não aconteceu nada de extraordinário: não curou doentes, não fez milagres, não andou sobre as águas.
Não há lugares onde marquem seu nascimento e as imagens dele não são permitidas em nenhum lugar. Afinal, para o Islã, quem deve ser cultuado é Deus e não o profeta. O único feito digno de nota foi ter sido o escolhido por Deus para suas revelações.
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