Nelson Mandela

Nelson Rolihlahla Mandela (1918-2013) foi um advogado, ativista político e presidente da África do Sul de 1994 a 1999.

Mandela foi um dos líderes do movimento contra o regime do apartheid no país e ficou 27 anos na prisão por consequência de sua luta política.

Biografia

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu na vila de Mvezo, no dia 18 de julho de 1918, numa família de aristocratas.

Recebeu o nome Rolihlahla dos seus pais e na escola, o nome de “Nelson”, segundo o costume de receber um nome inglês dos professores, pois os britânicos não conseguiam pronunciar os nomes africanos.

Em 1927, com a morte de seu pai, Henry Mgadla, Nelson Mandela, antes de completar 10 anos, foi morar com seu tio e, assim, teve acesso a uma ampla educação formal.

Estudou na escola preparatória “Clarkebury Boarding Institute”, escola de negros da elite, e no “Colégio Healdtown”, um internato.

Em 1939, com 21 anos, ingressa na “Universidade Fort Hare”, a primeira Universidade da África do Sul, fundada em 1916.

Nelson Mandela visita a prisão onde esteve recluso por 27 anos

Naquela época, a África do Sul estava governada pelos “afrikaners”, descendentes dos colonizadores ingleses que continuavam a manter sua posição privilegiada.

A população negra era marginalizada através de leis que regulavam os espaços públicos com praias específicas para brancos e negros até a utilização de banheiros e bebedouros. Também proibiam o casamento inter-racial.

Luta contra o Apartheid

Envolvido em movimentos estudantis e protestos dentro da Universidade, Mandela resolve deixar a faculdade, antes de terminar o curso, e vai para Joanesburgo, capital da África do Sul.

Foi nesse momento, diante dos problemas enfrentados na cidade grande e ainda do abismo existente entre negros e brancos, que Mandela resolve voltar a estudar e lutar contra o racismo em seu país.

Em meados da década de 40, graduou-se em Artes na “Universidade da África do Sul” e Direito na “Universidade de Witwatersrand”.

Nesse contexto, Mandela começa a frequentar as reuniões da CNA (Congresso Nacional Africano), movimento contra o Apartheid. Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo fundam a “Liga Juvenil do CNA”. Nesse mesmo ano, casa-se com Evelyn Mase, com quem teve 4 filhos. A união, entretanto, durou 12 anos.

Em 1960, ocorre o “Massacre de Sharpeville”, quando a polícia reprime negros que protestavam pacificamente contra o regime e foram mortos pela polícia. A ação deixou 69 negros mortos e mais de cem feridos.

Este fato foi decisivo para que Mandela se envolvesse ainda mais na militância política. Torna-se o comandante do braço armado da CNA, contudo, em 1962 foi condenado e preso permanecendo até 1990, por 27 anos.

Prisão

A prisão de Nelson Mandela provou uma onde de indignação em todo mundo. Vários protestos foram organizados em Londres, Paris e Estados Unidos exigindo a libertação do líder.

Mesmo encarcerado em terríveis condições que incluíam trabalhos forçados e isolamento, Mandela não deixou de escrever e militar.

Sua segunda esposa, Winnie Madikizela, continuou a luta contra o segregacionismo ao mesmo tempo em que pedia a libertação do marido.

Mandela proclama que deve trilhar o “Caminho das provas” se quiser alcançar o seu objetivo de criar uma África do Sul para negros e brancos.

Os presidentes sul-africanos, no entanto, recusaram constantemente libertá-lo. Somente em 1984 houve uma oferta. Mandela poderia sair da prisão, sob condição que se afastasse da política. Ele recusou a proposta e ficaria preso mais seis anos.

No dia 11 de fevereiro de 1990, o presidente da África do Sul, Frederik de Klerk, liberta Nelson Mandela e ademais, retira da ilegalidade o CNA. Assim, acabaria oficialmente com a lei do apartheid.

Três anos depois, ambos foram agraciados com o prêmio Nobel da Paz por sua luta pelos direitos civis e humanos no país. Mandela ainda ganharia o título de "Pai da Pátria" da moderna nação sul-africana.

Nelson Mandela e Frederik de Klerk recebem o Prêmio Nobel da Paz

Destarte, Mandela foi eleito presidente do país em 1994 e governou até 1999.

Ao sair da prisão, Mandela fez um discurso chamando o país à reconciliação:

“Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas, caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer.”

Faleceu dia 5 de dezembro de 2013, em Houghton, Joanesburgo, África do Sul, com 95 anos.

Frases

  • “A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.”
  • “Seja qual for o Deus, eu sou mestre do meu destino e capitão da minha alma.”
  • “Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa selvagem, venha ele de um negro ou de um branco.”
  • “Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.”
  • “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
  • “Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.”
  • “A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês pode se tornar uma médica, que o filho de um mineiro pode se tornar o diretor da mina, que uma criança de peões de fazenda pode se tornar o presidente de um país.”

Curiosidades

Em 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) define o “Dia Internacional de Nelson Mandela” (Mandela Day), comemorado dia 18 de julho, data de seu nascimento.

Diversos livros, filmes e documentários foram inspirados na trajetória de Nelson Mandela, dos quais se destacam:

  • os livros de memórias: “Conversas que tive comigo” (2010) e “Longa caminhada até a liberdade” (2012);
  • os filmes: “Discursos de Nelson Mandela” (1995), “Mandela, luta pela liberdade” (2007), “Invictus” (2009), “Mandela: longo caminho para a liberdade” (1994);
  • os documentários: “Nunca perca a esperança” (1984), “Viva Mandela” (1990), “Contagem regressiva para a liberdade: dez dias que mudou a África do Sul” (1994), “Mandela: Filho da África, pai de uma nação” (1996) e “Nelson Mandela: um homem justo” (2000).

Leia mais:

  • Racismo
  • Apartheid
Juliana BezerraBacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
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