Armas nucleares consistem em dispositivos planejados para liberar energia explosiva causada por fissão nuclear, fusão nuclear ou ambos os processos combinados. Sua possibilidade foi descoberta no contexto da Segunda Guerra Mundial e o primeiro país a desenvolvê-la foi os Estados Unidos, em parceria com países aliados. Foi nesse conflito, nos ataques a Hiroshima e Nagasaki, que armas nucleares foram utilizadas pela primeira e única vez em combate.
Após o conflito, iniciou-se um novo período nas relações geopolíticas mundiais: a Guerra Fria. Durante as próximas décadas o mundo seria marcado pela disputa por hegemonia entre os Estados Unidos e a União Soviética. Um período que teve como plano de fundo a crescente militarização de países por todo o globo.
A posse de armas nucleares passou a ser essencial para governos que almejavam aumentar sua influência nas relações geopolíticas mundiais. Os primeiros a conseguir tal feito, para além dos EUA, foram: União Soviética, Reino Unido, França e China.
Não por coincidência, esses são os únicos países reconhecidos como detentores legítimos de armas nucleares pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (1968). Contudo, outros países desenvolveram armas nucleares nas últimas décadas, sendo eles a Índia, Paquistão, Israel e Coréia do Norte.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a desenvolver armas nucleares. Em 1943, a partir do Acordo de Quebec, cientistas estadunidenses, canadenses e ingleses uniram seus esforços de produção dessas armas. Nos primeiros meses de 1945 as bombas atômicas estavam prontas.
Quatro anos depois, já no contexto da Guerra Fria, foi a vez da União Soviética desenvolver sua primeira bomba atômica. Produzir esse tipo de tecnologia militar era essencial para os soviéticos, pois estes queriam fazer frente aos EUA na geopolítica mundial.
Ainda que tenham ficado “atrás” dos estadunidenses quanto à produção de bombas atômicas, a URSS foi o primeiro país a produzir bombas termonucleares, em 1953. Feito conquistado pelos norte-americanos apenas três anos depois.
Nas décadas de 1950 e 1960, mais três países obtiveram resultados positivos vindo de seus programas nucleares. O Reino Unido desenvolveu seus próprios modelos de bombas atômicas e termonucleares, respectivamente, em 1952 e 1957. Os franceses alcançaram tais feitos em 1960 e 1968.
Por fim, a China iniciou sua produção em 1955 sob a administração de Mao Tsé-Tung. O desenvolvimento de armas nucleares era visto como prioridade pelo novo regime que tinha nos EUA sua maior ameaça estrangeira. Entre 1964 e 1967, o país realizou seus primeiros testes com dispositivos nucleares próprios.
As armas nucleares feitas no mundo pós-1945 eram infinitamente mais destrutivas do que aquelas usadas pelos EUA contra o Japão. Nesse sentido, diferentes governos, principalmente os produtores desse tipo de arma, estabeleceram acordos e tratados visando regular sua produção.
Uma primeira tentativa aconteceu em 1963, com o Tratado de Banimento de Testes Nucleares, assinado por Reino Unido, EUA e URSS. Cinco anos depois, esses três países, e outros 59, assinaram o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Ele estabelece que os países signatários não devem desenvolver armas nucleares e, no caso daqueles que já detinham-nas, ficou definido que eles não deveriam auxiliar países a conseguir armas nucleares. Além disso, os chamados “estados nucleares” deveriam investir no seu desarmamento, algo que não aconteceu.
Os acordos internacionais visando evitar a proliferação de armas nucleares não funcionaram totalmente. Ainda que tenham evitado, por exemplo, uma guerra nuclear.
Por outro lado, os países que já possuíam essa tecnologia militar continuaram realizando investimentos e testes pelo resto do século XX.
Além disso, outras nações como Iraque, Coréia do Norte, Índia, Paquistão, Israel e Irã experimentaram e, em alguns casos, conseguiram se firmar como potências nucleares. Parte deles, como Iraque e Coréia do Norte, eram inicialmente signatários do acordo de 1968.
No entanto, Índia, Paquistão e Israel nunca assinaram o documento. Enquanto Índia e Paquistão assumiram ter realizado testes nucleares e criticaram a unilateralidade do tratado, os israelenses nunca admitiram a experimentação ou produção de dispositivos nucleares - ainda que existam evidências do contrário.
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Bibliografia:
NORRIS, Robert S. COCHRAN, Thomas B. “nuclear weapon”. Encyclopaedia Britannica. Disponível em: https://www.britannica.com/technology/nuclear-weapon. Acesso em: 18/11/2021.
FREEDMAN, Lawrence. “Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons”. Encyclopaedia Britannica. Disponível em: https://www.britannica.com/event/Treaty-on-the-Non-proliferation-of-Nuclear-Weapons. Acesso em: 18/11/21.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/paises-com-armas-nucleares/
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