O Totalitarismo é um regime político no qual o governo é autoritário, nacionalista, antidemocrático e militarista.
O Estado possui poderes enormes que abarcam todos os setores das vidas dos cidadãos, incluindo a educação, o lazer e o exercício de cidadania.
O termo "totalitarismo" surgiu nos anos 20 para descrever o governo fascista de Benito Mussolini, na Itália.
Este modo de fazer política nasce no século XX, junto à crise do capitalismo internacional e das democracias liberais surgidas no período entre guerras. Igualmente, surge com a profunda crise econômica mundial de 1929.
O aumento da inflação, desemprego e miséria, levou a ascensão de ideias totalitárias que conquistaram os cidadãos de alguns países.
Os exemplos mais significativos são: o stalinismo, na União Soviética; o nazismo, na Alemanha; o fascismo, na Itália; o salazarismo, em Portugal; o franquismo, na Espanha; e o maoismo, na China.
A ideia comum aos líderes totalitários fascistas era encontrar formas de restabelecer a ordem social e capitalista impedindo assim, o avanço do socialismo. Por sua vez, os regimes totalitários de esquerda usavam dos mesmos métodos para conter o capitalismo.
Então, o totalitarismo é uma prática política onde o Estado é forte, centralizador, e se identifica com as ideias de um único partido político.
VEJA TAMBÉM: Regimes Totalitários na EuropaOs regimes totalitários fascistas ou socialistas guardaram certas semelhanças. Vejamos algumas delas:
Os regimes totalitários dão uma ênfase muito grande à figura do líder, a ponto de tornar sua imagem onipresente.
O dirigente sempre é retratado como a pessoa que possui liderança nata e reúne todas as qualidades para conduzir o povo a melhores condições de vida. Geralmente, a família do líder não aparece na propaganda oficial, para acentuar o caráter de sacrifício que comete o prócer ao renunciar tudo por sua pátria.
A biografia é contada em tom grandioso e convenientemente editada. Isso significa que seus opositores são omitidos ou caluniados.
A vida do dirigente totalitário é difundida por todos os meios de comunicação e mostrada como um exemplo a ser seguido.
Salazar sendo retratado como um soldado medievalUma das principais características do totalitarismo é o estabelecimento de um único partido no país. Isso significa que todos os outros partidos políticos serão considerados ilegais.
Assim, por meio de uma ideologia oficial e hierarquia rígida, a política deixa de ser algo que pode ser discutido por toda sociedade, para ser apenas feita por um grupo de dirigentes.
Os cidadãos são chamados a participar da vida política através de manifestações de massas, como festas patrióticas, concentrações em estádios e desfiles. Para conseguir esta adesão, as pessoas são captadas e submetidas pela propaganda governamental.
O regime totalitarista tem um cuidado especial com a educação. Além de ditar o conteúdo que deve ser ensinado nas escolas, regimenta a infância e a juventude em clubes e organizações.
Ali, muitas vezes as crianças recebiam um treinamento militar, instrução sobre a ideologia do Estado e faziam juramentos de fidelidade ao líder.
Hitler é saudado por membros da Juventude Hitlerista na década de 30Para controlar as mentes da população são criados órgãos de repressão como a polícia política.
Todo indivíduo que leia, discuta ou propague uma ideia diferente daquela ensinada pelo Estado seria passivo de condenação.
Vemos, então, que o totalitarismo gera muita violência, posto que as pessoas que não se alinham à ideologia do Estado são punidas de maneira severa. Alguns exemplos são as prisões políticas, campos de reeducação, perda de direitos políticos e de emprego.
A fim de manter acesa a chama da "revolução" ou da criação de um "homem novo", o totalitarismo promove o movimento.
Assim, estimular o militarismo é uma forma de manter a cidadania em alerta. Incluem-se desde as práticas educacionais com lições de tiro e treinamento físico, até a escolha de um inimigo que deverá ser odiado por todos.
O militarismo gera a vontade e a desculpa para conquistar territórios ou manter aqueles que já se possuía. Por isso, diante desses aspectos, não causa espanto que todos os regimes totalitários europeus - exceto o franquismo - procuraram expandir suas fronteiras ou não abdicar de suas colônias.
A propaganda política do Estado prolifera com o intuito de exaltar a personalidade do líder, captar os cidadãos para a nova ideologia e controlá-los.
Os meios de comunicação são censurados e somente aquilo que era autorizado pelo Estado podia ser transmitido. Desta maneira, a população deixa de ter contato com novas ideias.
Além disso, o totalitarismo exalta o povo a quem se dirige como o melhor do mundo e sempre escolhe um "inimigo" para contrapor. Este será largamente explorado pela propaganda oficial.
Um trabalhador soviético forte, jovem e saudável, rejeita as propostas do capitalista americano, inimigo do socialismo, retratado como um velho ambiciosoNo campo econômico, o intervencionismo estatal (anti-liberal) é outra importante característica do totalitarismo, visto que o controle e o planejamento geral da economia fica a cargo do Estado.
Países como Portugal, Itália e Espanha organizaram suas economias de forma corporativa; enquanto na Alemanha, as grandes empresas tiveram mais liberdade para realizar seus negócios.
Já na URSS, a economia estava toda a cargo do Estado, pois toda propriedade pertencia à ele.
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