O Toyotismo é um sistema (ou modelo) nipônico de produção de mercadorias, com vista à flexibilização na fabricação de produtos.
Este sistema vai substituir o Fordismo enquanto modelo industrial vigente a partir da década de 1970.
O Toyotismo foi idealizado pelos engenheiros Taiichi Ohno (1912-1990), Shingeo Shingo (1909-1990) e Eiji Toyoda (1913-2013).
Este modelo produtivo foi desenvolvido entre 1948 e 1975 nas fábricas da montadora japonesa de automóveis Toyota, da qual herdou o nome.
O método foi elaborado para recuperar as indústrias japonesas no período pós-guerra. Com o país destruído, um mercado pequeno e dificuldade em importar matéria-prima, o Japão necessitava fabricar com o menor custo possível.
VEJA TAMBÉM: Consequências da Segunda Guerra Mundial Eiji Toyoda e Taiichi Ohno idealizadores do ToyotismoTaiichi Ohno percebeu que o melhor era esperar receber encomendas para começar a produção de automóveis a fim de economizar em aluguéis de armazéns.
Ao poupar espaço na estocagem de matérias-primas e mercadorias, as fábricas aumentavam a produtividade, uma vez que diminui o desperdício, o tempo de espera, a superprodução e os gargalos de transporte.
Apesar das condições geográficas do país, com espaços e mercados consumidores pequenos, a Toyota foi capaz de se tornar a maior montadora de veículos do mundo.
Isto só foi possível graças ao avanço tecnológico nos meios de transporte e comunicação, os quais permitiram a rapidez e pontualidade do fluxo de mercadorias da produção flexibilizada do sistema toyotista.
A sincronia entre os sistemas de fornecimento de matérias-primas, de produção e de venda, foi o segredo do sucesso.
O toyotismo introduziu mudanças que permitiram:
Os engenheiros da Toyota flexibilizaram totalmente a produção, fabricando e estocando apenas o necessário. O sistema de cronometragem ficou conhecido como “Just in time” (no tempo certo).
O Toyotismo aposta na inovação tecnológica para reduzir custosA automatização, utilizando máquinas cada vez mais modernas, reduziu significativamente os gastos com mão de obra. Por sua vez, esta é extremamente qualificada e opera em equipes de trabalho lideradas pelo profissional mais capacitado.
Estes mesmos trabalhadores serão responsáveis pela inspeção de qualidade do início ao fim do processo produtivo.
Por fim, vale salientar os princípios do Toyotismo, quanto ao gerenciamento:
A partir da década de 1970, quando as sucessivas crises do petróleo abalaram o capitalismo, o modelo Toyotista vai se difundir mundialmente.
Este método foi um dos marcos da Terceira Revolução Industrial.
O Toyotismo é herdeiro do Taylorismo e, principalmente, do Fordismo. Afinal, um dos seus idealizadores, Taiichi Ohno, foi a Detroit observar o funcionamento das montadoras americanas.
Vejamos as principais diferenças entre os dois métodos de produção:
Fordismo | Toyotismo | |
---|---|---|
Sistema de Produção | Produção em serie, rígida e centralizada | Flexível e versátil |
Estrutura | Hierarquizada | Baseia-se na inovação, gestão do trabalho e mecanismos de controle interno das empresas |
Divisão do trabalho | As tarefas são especializadas | Um operário controla várias máquinas e, deste modo, se reduz o número de trabalhadores |
Produtos | Produção em grande quantidade, de um mesmo produto | Diversidade na produção, devido às constantes exigências de consumo |
Salários | Salários altos, pois se buscava que os trabalhadores fossem consumidores. | Não se respalda em altos salários, mas sim em prêmios pela produtividade |
Estoques | Sempre há produtos estocados | A estocagem dos produtos deve se adequar à demanda |
As mesmas vantagens pregadas pelor Toyotismo podem se converter em problemas sérios. Afinal, este modelo é dependente da importação de matérias-primas e não possui estoques significativos de produtos.
Com a produtividade em alta, menos mão de obra é necessária, o que gera um grande aumento no desemprego, em função da tecnologia que diminui os postos de trabalho.
Portanto, este modelo industrial é um dos principais responsáveis pelo desemprego no setor secundário da economia. Igualmente, pelo aumento das terceirizações no processo de produção.
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