Treze Colônias Americanas

O termo Treze Colônias Americanas refere-se às unidades originais que se tornaram oficialmente independentes da Grã-Bretanha em 1783 e, mais tarde, ajudariam a formar o atual Estados Unidos da América. Eram elas: Massachusetts, Nova Hampshire, Rhode Island, Nova York, Connecticut, Nova Jersey, Pensilvânia, Delaware, Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

As 13 colônias foram fundadas ao longo do século XVII por colonos ingleses que fugiram de seu país natal de um conturbado quadro político e religioso. Formadas e desenvolvidas em diferentes momentos, as 13 colônias acabaram por não ter unidade política, sendo neste sentido questionável alegar a existência de uma “América inglesa” durante o período.

Os primeiros colonos ingleses a se fixarem em terras americanas ficaram conhecidos como “pais peregrinos”. De fé puritana, eles foram romantizados pela tradição estadunidense como tendo sido os “pais da nação” após chegarem por meio do navio Mayflower, apesar da existência anterior de ampla população indígena. Entretanto, deve ser de fato atribuído aos primeiros habitantes ingleses das Américas o início do modelo de autogoverno que marcaria boa parte da trajetória das 13 colônias dali por diante. Entretanto, nas regiões do sul, eventualmente dominadas por grandes propriedades, as relações entre as colônias e a metrópole eram bem mais fortes, enquanto que no norte os pequenos proprietários contribuíram de fato para a construção paulatina de uma autonomia regional.

Representação romantizada da vida dos primeiros colonos ingleses nas Américas, no primeiro Dia de Ação de Graças (pintura de Jean Leon G. Ferris, 1621)

Na ausência de um particular interesse por parte do governo da Inglaterra em dedicar-se à cara tarefa da colonização após curta tentativa fracassada no início do século XVII, foram os colonos protestantes que protagonizaram o esforço de fixação nas novas terras. Este tinha seu centro na questão educacional: a primeira universidade norte-americana, Harvard, foi fundada na região de Massachusetts logo em 1636. Ao final do século, entretanto, a liderança protestante enfraqueceu-se, permitindo que outras formas religiosas florescessem. A região da Pensilvânia, por exemplo, nasceu como uma colônia quaker.

À medida que era estabelecida uma organização política, as colônias ganharam governadores, conselhos e assembleias que estabeleceram definitivamente a participação política da população inglesa em detrimento da nativa. Isso se deu em paralelo ao processo de desenvolvimento econômico das colônias, que ocorreram de formas diferenciadas de acordo com as realidades geográficas específicas.

Mapa das 13 Colônias Americanas.

As colônias localizadas ao norte – conhecidas em seu conjunto como Nova Inglaterra - tinham um clima mais similar ao existente na Europa, e, assim, pouco poderiam produzir que instigasse uma procura comercial daquele continente. Naturalmente, portanto, acabou por se construir uma economia manufatureira voltada mais ao mercado interno, formada em sua maior parte por trabalho familiar livre ou assalariado, embora também ali existisse o centro do que seria conhecido como “comércio triangular”. Feito entre a região em questão, a África e as Antilhas, ele envolvia basicamente a compra de melado e cana-de-açúcar das Antilhas, que após serem transformados em rum na Nova Inglaterra eram trocados por escravos em África. Os escravos, então, eram vendidos para trabalhar forçosamente nas Antilhas, reiniciando o processo econômico.

As colônias localizadas ao sul, por sua vez, tinham um clima mais tropical, podendo desenvolver uma economia mais atiçadora perante a Europa. A região seria marcada pela monocultura de tabaco, produzida em maior parte por mão-de-obra escrava. Apesar de ser extremamente lucrativa, a economia das colônias do sul também as colocavam em dependência da Inglaterra, de onde compravam grande parte do que necessitavam cotidianamente.

Além das colônias do norte e do sul, existiam também as colônias centrais. Dominadas originalmente pelos holandeses, elas foram as últimas das 13 colônias originais a caírem sobre o domínio inglês, e tinham uma economia agrícola formada em sua maior parte por trabalhadores livres em pequenas propriedades, apesar de também possuir manufaturas.

Os habitantes originais das Américas, enquanto isso, continuavam a ser excluídos da participação política. Como consequência, eles protagonizariam várias rebeliões que levariam, com o passar das décadas, à constituição das reservas indígenas. A existência de conflitos entre indígenas e descendentes de europeus nos EUA até hoje, porém, indica que as reservas não simbolizaram uma resolução dos conflitos.

Bibliografia:

FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira; FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. “Formação da América inglesa”. In: Nova História Integrada – Ensino Médio Volume Único. Campinas: Companhia da Escola, 2005. pp. 218-228.

LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “Rebeliões e revoluções na América”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 265-266.

SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo; SERIACOPI, Reinaldo. “A formação dos Estados Unidos”. In: História: volume único. São Paulo: Ática, 2005. pp. 246-250.

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