Urbanização é o processo de migração da população que vive no campo para a cidade. Esse processo é motivado por inúmeros fatores, que vão desde a industrialização dos centros urbanos até a concentração de terras pelo agronegócio nas áreas rurais.
Os seres humanos vivem em cidades desde o período neolítico, quando, por meio do desenvolvimento da agricultura, as sociedades humanas puderam se tornar sedentárias. As primeiras cidades se desenvolveram na Mesopotâmia, em 3.500 a.C., entre os vales dos Rios Tigres e Eufrates, em uma área que hoje pertence ao território do Iraque.
Por volta de 2.000 a.C., surgem cidades na China e no Egito. Diferente das cidades neolíticas, em que a população se dedicava exclusivamente à agrícola, essas cidades abrigavam possuíam classes de trabalhadores dedicas ao artesanato, ao comércio e as práticas religiosas.
A partir de então, as cidades passaram a complexificar sua atividade, transformando-se em centros de poder territorial. Durante o Império Romano, por exemplo, cumpriam importante papel na gestão do império.
Em que a importância política das cidades ao longo da história, até a Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, as cidades estavam fortemente atreladas as atividades desenvolvidas no campo. O poder desempenhado pela urbe resultava das atividades agrícolas.
Com o processo de desenvolvimento capitalista e a Revolução Industrial, as atividades desenvolvidas na cidade passam a ter cada vez mais importância. As inovações tecnológicas chegam ao campo, que se industrializa, criando o agronegócio. Dessa forma, o campo se sujeita à cidade.
Com o desenvolvimento do modelo capitalista de produção, os países da Europa ocidental passam a se industrializar a partir do século XVIII. Como resultado da industrialização, as populações camponesas passam a migrar para os centros urbanos motivadas por dois fatores distintos.
Em primeiro lugar, surge uma grande demanda de trabalhadores nas cidades com a criação de postos de trabalho na indústria. Além disso, as cidades oferecem infraestrutura inexistente no campo, como acesso à saúde, educação e moradia.
Em segundo lugar, uma grande parcela dos trabalhadores do campo se veem obrigados à migrarem para as cidades em face do processo de concentração de capital no campo. Com o desenvolvimento do capitalismo na Europa, a antiga classe feudal se transforma em proprietária de terra. Com a dissolução das relações de servidão, milhares de servos são expulsos das terras para dar espaço à áreas de produção agrícola voltadas para o abastecimento do mercado.
No Brasil, o processo de urbanização ocorreu de forma mais intensa entre as décadas de 1940 e 1980. A urbanização brasileira foi motivada, principalmente, pelas péssimas condições de vida na zona rural brasileira. A miséria da vida no campo e o início do processo de industrialização do país, motivaram massas de trabalhadores rurais a migrarem para a cidade em busca de melhores condições de vida.
Outro fator importante para a expulsão dos trabalhadores rurais do campo, foi o investimento do Estado no desenvolvimento do agronegócio em detrimento do incentivo à pequena propriedade rural. A mecanização do campo promoveu a concentração de renda e de terras no país, resultando na transferência de grandes contingentes populacionais para os centros urbanos.
No Brasil, o investimento na indústria concentrou-se na região sudeste, atraindo trabalhadores de diversas regiões do país para Rio de Janeiro e São Paulo. Logo, além da migração entre campo e cidade, o processo de urbanização no país foi marcado por uma intensa migração regional.
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