Os animais frugívoros são aqueles que se alimentam de frutos, sem danificar a semente. Sendo assim, pelas suas fezes, conseguem dispersar as sementes da planta ingerida, que poderão germinar quando depositadas em local propício. Essa é uma interação ecológica, em que o animal dispersor se beneficia, com a energia adquirida através da alimentação e a planta se beneficia através da dispersão das suas sementes para locais mais propícios, com menos competição, o que aumenta as chances de sucesso de sobrevivência dela.
Ao longo de milhões de anos, os animais e as plantas desenvolveram interações harmoniosas, de forma a dependerem umas das outras para sobreviver e manterem o equilíbrio e manutenção das florestas.
Existem quatro tipos principais de dispersão de sementes: Zoocoria (realizada por animais); Anemocoria (dispersor é o vento); autocoria (a planta se auto dispersa, com a deiscência de sementes) e barocoria (usa da ação gravitacional). Acredita-se que 50 a 90% das árvores de florestas tropicais necessitam de animais para dispersar suas sementes. As cores, as características, como tamanho do fruto, são importantes para identificação do dispersor.
Cada dispersão feita por um animal diferente, recebe um nome distinto:
Plantas de sementes grandes, que as aves não conseguem engolir, são as mais ameaçadas, dependendo de mamíferos para dispersão. A anta e as cutias são os grandes dispersores de frutos grandes, como o Jatobá.
Homem- Antropocoria: Nós seres humanos somos dispersores, mas também os principais predadores e destruidores dos ecossistemas.
Existe um equilíbrio na teia destes ecossistemas e o desmatamento, a caça predatória, fragmentação de habitat têm quebrado esses ciclos. Um animal como a jacutinga, que é um importante dispersor, faz falta para manutenção de florestas. Hoje, muitos estudos e esforços para conservação de espécies têm sido realizado, como a reintrodução de animais e replantio de plantas. No Pará existiam grandes castanhais e a dispersão do fruto que contém a castanha é feita apenas por cotias, por serem grandes e pesados. O extrativismo predatório da castanha na Amazônia pode levar ao fim de cutias e dos próprios castanhais.
Nós causamos desequilíbrios por vezes irreparáveis, mas precisamos mudar nossa postura urgente, conscientizando a população sobre suas ações e consequências. Já que as florestas não conseguem mais se auto sustentar, precisamos usar nosso conhecimento para intervir com manejo de vida silvestre, também.
Referências:
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RODRIGUES, Laís. Lautenschlager. Frugivoria e dispersão de sementes pelo Jabuti-Piranga Chelonoidis carbonaria. 2016. 46 f. Trabalho de conclusão de curso (Ecologia) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências (Campus de Rio Claro), 2016. Disponível em:
FADINI, R.F. & DE MARCO, P. 2004. Interações entre aves frugívoras e plantas em um fragmento de Mata Atlântica de Minas Gerais. Ararajuba 12(2):97-103.
Pizo, M.A. & GALETTI, M. 2010. Métodos e perspectivas do estudo da frugivoria e dispersão de sementes por aves. In Ornitologia e conservação: ciência aplicada, técnicas de pesquisa e levantamento (Accordi, I., Straube, F.C & Von Matter, S. orgs). Technical Books Rio de Janeiro, p. 492-504.
JORDANO, P. et al. Ligando frugivoria e dispersão de sementes à biologia da conservação. In: ROCHA, C. F. D. et al. (Eds.) Biologia da conservação: essências. São Carlos: Rima, 2006. p.411-436.
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https://www2.ib.unicamp.br/projbiota/frugivoria/inter.html
https://revistapesquisa.fapesp.br/2001/03/01/sem-bichos-a-floresta-morre/
http://www.ra-bugio.org.br/mataatlantica_04.php
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