Beethoven

Considerado como o maior e o mais influente compositor da música clássica universal, Ludwing Van Beethoven nasceu em 17 de dezembro de 1770 na cidade alemã de Bonn. Filho de um músico inculto, veio melhorar sua posição social e formação musical quando mudou-se para Viena, em 1792. Ele não era superdotado. Sua evolução foi gradativa. Ali na capital da Áustria, ele obteve grandes sucessos como pianista e compositor, generosamente apoiado por membros da aristocracia austríaca, que em 1809 deram-lhe pensão vitalícia.

Ludwig Van Beethoven (1819) - J. Stieler. Foto: Everett Historical / Shutterstock.com

Aos 28 anos, já consagrado compositor e intérprete, começou a sentir problemas de audição, diagnosticados mais tarde como uma doença degenerativa. Nesse período, pensou em cometer suicídio. Passada essa fase depressiva, afirmou: “Foi a música quem me salvou”.

A surdez não o impediu de que produzisse obras, nem ele passou a vida lutando contra a doença. Sensível, nunca perdeu o seu amor e entusiasmo pela vida e pela música. Ele impressionou seus contemporâneos por dominar a arte da música e pelas manifestações duras de independência pessoal.

Uma das grandes decepções de Beethoven foi o fato de Napoleão Bonaparte ter se autocoroado imperador, tomando-a das mãos do Papa Pio VII em Notre Dame. Como era um entusiasta dos ideais da Revolução Francesa, dedicou sua Sinfonia n.º 3 a Napoleão, de quem era grande admirador. Diante deste fato, sentindo-se traído e decepcionado, riscou a dedicatória da partitura. Disse ainda: “Se soubesse tanto de estratégia como de música, causaria sérios dissabores a Napoleão”.

A primeira fase de sua produção artística traduz certo frescor juvenil, estilo galante, interrompidas às vezes por alguns acessos de melancolia. A segunda fase é classificada como “maturidade” e a terceira como “Últimas obras”. Essas são de grande profundidade artística.

Na Sinfonia n.º 6, Beethoven retrata a vida campestre, fazendo com que a orquestra reproduza os sons de pássaros, relâmpago, chuva e trovões. Esses recursos seriam adotados, mais tarde, pelos precursores do Romantismo, no século XIX, como uma forma de exaltar o amor à pátria.

Na Sinfonia n.º 9 (Coral), tema do filme “Laranja Mecânica”, do cineastra Stanley Kubrick, composta quando já estava totalmente surdo, Beethoven musicou o poema “Ode à Alegria”, do poeta alemão Johann Schiller, que impressiona por ser um verdadeiro hino de otimismo à vida.

Ele compôs cerca de 200 obras, que se caracterizam por serem românticas, subjetivas, abrindo espaço para os extremos: a tragicidade patética e o júbilo triunfal; o idílio e o humorismo burlesco; o idealismo eloqüente e a mística profunda, elaboradas cuidadosamente e muito disciplinadas aos moldes do classicismo vienense.

Em 26 de março de 1827, falece mais um dos grandes gênios da música universal. Viena, diferentemente do que fizera a Mozart, reconhece a honra a Beethoven. Seu cortejo contou com mais de 200 mil pessoas que foram lhe prestar as últimas e devidas homenagens.

Fontes MONTEZUMA, Marcos. Aprendendo a ouvir música clássica. Fortaleza, Expressão Gráfica e Editora LTDA, 2005, p. 93-5.

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