Como a ocitocina, hormônio do amor, funciona durante o parto e amamentação?

A ocitocina é o principal hormônio envolvido no trabalho de parto e no processo de amamentação. Produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise, glândula localizada no cérebro, este hormônio também ajuda a melhorar o humor, cria e fortalece os laços afetivos, atua sobre a relações sociais, auxilia na redução do estresse e melhora a libido e o desempenho sexual, tanto em homens como em mulheres.

Ocitocina e o trabalho de parto

As contrações uterinas são promovidas pela produção e liberação da ocitocina na corrente sanguínea da mulher durante o trabalho de parto. Estas contrações ritmadas provocam a dilatação do colo uterino e a passagem do bebê pelo canal vaginal, na pelve feminina.

Para favorecer a ação da ocitocina é preciso que o ambiente no qual ocorrerá o parto seja preparado com medidas simples como manter a privacidade e interferir o menos possível no trabalho de parto. Estudos sugerem que estas ações aumentam a ação da ocitocina nas fibras musculares do útero e, deste modo, intensificam as contrações uterinas fazendo com que elas se tornem mais efetivas para a expulsão do bebê da cavidade uterina.

Ocitocina e a amamentação

Durante a amamentação, é a ocitocina que atua para que ocorra liberação do leite materno pelas glândulas mamárias. Além de promover a contração das glândulas mamárias para a ejeção do leite durante a amamentação, a ocitocina provoca a sensação de prazer e o relaxamento da mãe favorecendo a criação dos laços entre mães e bebês.

Sabe-se que o processo de amamentação é delicado e nem sempre é fácil para todas as mulheres. Para as mães que têm dificuldade de amamentar, pode ser utilizada a ocitocina sintética de 2 a 5 minutos antes das mamadas ou mesmo da retirada do leite com a bombinha. Neste caso, a ocitocina deve ser prescrita adequadamente pelo/a médico/a assistente.

Uso da ocitocina sintética durante o trabalho de parto

A ocitocina sintética é bastante utilizada em obstetrícia para induzir o trabalho de parto. Pode ser benéfico para as mulheres que possuem doenças graves e por isso necessitem do fim da gravidez, para casos em que o parto excedeu o tempo previsto ou mesmo quando está ocorrendo de forma muito demorada. Nestes casos, as mulheres que fazem uso da ocitocina sintética podem passar pelo trabalho de parto de forma muito semelhante às mulheres que entram em trabalho de parto espontaneamente.

Entretanto, o uso indiscriminado da ocitocina sintética para este fim pode ser arriscado. Ao mesmo tempo em que pode auxiliar em partos mais complicados, pode provocar distúrbios em partos que ocorreriam normalmente apenas pela ação da ocitocina produzida pelo corpo da mulher. O uso indiscriminado da ocitocina sintética para acelerar o trabalho de parto pode causar:

  • Aumento das complicações pós-cirúrgicas;
  • Aumento das complicações durante o parto: aumento do risco de alterações na frequência cardíaca e oxigenação do bebê;
  • Redução da sensação de prazer que as mulheres sentem após o parto uma vez que elas não produziram endorfina, adrenalina e outros hormônios que são produzidos juntos com a ocitocina para causar esta sensação;
  • Lentidão na capacidade da mulher de vencer o cansaço e o sono nos momentos iniciais de cuidados com o recém-nascido, pois esta habilidade sofre influência da ocitocina que ela mesma produziria para o seu trabalho de parto;
  • Dificuldades no processo de amamentação;
  • Aumento dos índices de depressão pós-parto.

A ocitocina é um hormônio importante tanto para a reprodução humana como para mediar as relações sociais no que se refere à criação e formação das ligações afetivas e produção das sensações de bem-estar e de felicidade. Nós todos somo capazes de produzi-la sem recorrer ao hormônio sintético.

Não utilize ocitocina artificial sem orientação médica.

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Para que serve a ocitocina, o hormônio do amor?

Referências bibliográficas

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