O custo de oportunidade se refere a algo que um indivíduo tem de abdicar para obter outra coisa que deseja. Está ligado à escolha, à renúncia e à escassez. Por exemplo, ao ver um filme no cinema, a pessoa não pode usar aquele tempo aplicado ali lendo um livro em casa ou aquele dinheiro gasto no ingresso para comprar outra coisa, como um lanche. Ou ainda, o tempo investido por um universitário num curso de faculdade de período integral poderia ser usado para trabalhar e conseguir dinheiro, logo, o custo de oportunidade de estar estudando foi uma renda não obtida. Portanto, se trata da oportunidade que o indivíduo abre mão para conseguir outra.
Como ensina o economista Dwight R. Lee, todos devem enfrentar a dura realidade da escassez, a qual impõe limites sobre o que gostaríamos de fazer. Por mais produtivos que os indivíduos queiram ser, nunca poderão realizar e aproveitar tanto quanto gostariam. Por causa da escassez, ao fazer alguma coisa, a pessoa abre mão de fazer outra. Assim, há um custo de oportunidade para tudo aquilo se faz, e tal custo é expresso na alternativa mais valiosa a ser sacrificada. A única coisa que um indivíduo pode fazer sem limites é desejar mais.
Os limites gerados pela escassez só criam custos quando há oportunidades. O custo real de um bem ou serviço não é somente a quantidade de recursos gastos para obtê-lo, mas a oportunidade de usar estes recursos de outra forma que foi renunciada. Embora as pessoas possam querer evitar calcular os custos de oportunidade, apenas quando eles são considerados é possível fazer escolhas sábias quanto a como iremos investir nosso tempo e nossos recursos.
Apesar de os custos de oportunidade não serem o único fator a determinar os preços de mercado de bens e serviços, é importante considera-los. “Os preços que as pessoas pagam no mercado refletem os custos de oportunidade de suas escolhas. Você geralmente não pode comprar um bem ou serviço em um mercado livre por menos do que outros estão dispostos a pagar por ele, ou por menos do que o valor gasto para disponibilizá-lo, o que é uma parte importante da cooperação social que sai das transações do mercado”, explica Dwight R. Lee.
Os empreendedores precisam sempre calcular os custos de oportunidade de suas ações. Seja o dono da indústria que calcula quanto de proveito ele tira ao reutilizar insumos em sua produção ou vendê-los, seja o investidor que calcula quanto ele pode ganhar com um investimento ao invés de outro. O custo de oportunidade é considerado mesmo no dia-a-dia de quem não pensa sobre a Ciência Econômica, embora a pessoa possa não perceber. Como um indivíduo que não gosta de estudar Economia e nunca ouviu falar de custo de oportunidade, mas que identifica ser mais benéfico para ele ter uma pequena horta em casa ao invés de comprar cebolinha, coentro e alface no supermercado, por exemplo.
Governantes e governados pensem nos custos de oportunidade das ações do governo. O que seria mais benéfico, usar o dinheiro dos pagadores de impostos para financiar shows de cantores famosos com o objetivo de incentivar o meio cultural, ou investir mais na segurança pública? Diversas discussões têm sido travadas em relação a como o governo deve utilizar os recursos provenientes dos impostos das pessoas, o que muitos não sabem é que na verdade essas discussões giram em torno dos custos de oportunidade.
REFERÊNCIAS:
Econlib. Opportunity Cost. Disponível em:
LEE, Dwight R. Opportunities and Costs. Disponível em:
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