Os verbos são palavras que indicam ações, estados e fenômenos da natureza. É uma classe de palavras que pode variar em número, pessoa, modo, tempo, voz e aspecto.
Essas variações são chamadas de flexões, termo associado ao caráter flexível das palavras cuja forma depende da relação que estabelece com outras palavras na cadeia discursiva. Observe um exemplo:
Na oração, a ação (verbo) realizada pela moça é “falou”. Entretanto, o nome original dessa ação, ou seja, a forma nominal (infinitivo) é “falar”. Perceba que o radical da palavra mantém-se o mesmo (fal-) mas a desinência foi alterada em razão da relação que o verbo estabelece com a pessoa do discurso (ela – a moça) e da marcação do tempo decorrido da ação (pretérito/passado).
Vejamos, então, cada uma das possibilidades de flexão verbal:
A flexão de número consiste na marcação da forma singular, quando o verbo faz referência a apenas um ser, e na marcação da forma plural, quando o verbo faz referência a mais de um ser.
Exemplos:
A flexão de pessoa consiste na relação estabelecida entre o verbo e a pessoa do discurso. Em Língua Portuguesa, as pessoas do discurso são ordenadas em 1ª , 2ª e 3ª pessoas do singular e 1ª , 2ª e 3ª pessoas do plural. Veja:
Singular:
Plural:
Observe as relações entre o verbo e a pessoa do discurso:
Perceba que no enunciado aparecem de maneira explícita duas pessoas do discurso: o falante “Eu” (primeira pessoa do singular) e o ouvinte “você” (segunda pessoa do singular). Assim, a desinência verbal é alterada porque concorda com a pessoa do falante no discurso (eu): comprei.
Note que o pronome “Ele” (terceira pessoa do singular) revela a pessoa de quem se fala.
Nesse enunciado é possível observar que a pessoa gramatical do falante aparece de maneira implícita no Verbo “Quero” (eu - primeira pessoa do singular) e de quem se fala aparece de maneira explícita “vocês” (terceira pessoa do plural).
Observe em outra oração que a pessoa do discurso está diretamente relacionada ao sujeito, já que é possível identificá-lo pela desinência expressa pelo verbo:
Quando perguntamos ao verbo sobre quem realiza a ação, sua desinência indica a primeira pessoa do discurso (Eu), o falante partícipe da ação (sujeito).
A flexão de modo consiste na indicação da atitude do falante com relação ao conteúdo do enunciado. As formas verbais podem ser manifestadas em três modos: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. Vejamos cada uma delas:
O modo Indicativo ocorre quando o conteúdo do enunciado é tomado como certo pelo falante. Esse modo expressa a certeza de que a ação ocorreu, ocorre ou ocorrerá, portanto, os verbos conjugados no modo Indicativo exprimem reais possibilidades de ocorrência da ação. Veja:
O modo Subjuntivo ocorre quando o conteúdo do enunciado é tomado como duvidoso pelo falante. Esse modo indica menos certezas de que a ação ocorresse ou ocorra, portanto, os verbos conjugados no modo Subjuntivo exprimem dúvidas acerca das possibilidades de ocorrência da ação. São suposições, hipóteses. Veja:
O modo Imperativo ocorre quando o conteúdo do enunciado expressa uma ordem, conselho, súplica, podendo ser afirmativo ou negativo. Por isso, esse modo não possui conjugação em primeira pessoa do singular, ou seja, para o sujeito “eu”, convencionalmente, há a substituição de “ele/ela”, “eles/elas” pelos pronomes de tratamento “você/vocês”. Veja:
A flexão de tempo está relacionada ao momento da enunciação. De maneira geral, as ações podem acontecer em três momentos distintos: Presente (momento em que se fala), Passado/Pretérito (anterior ao momento em que se fala) ou Futuro (posterior ao momento em que se fala).
Como você já sabe, o modo Indicativo expressa a certeza de que a ação ocorreu, ocorre ou ocorrerá. Veja em quais contextos os diferentes tempos verbais do modo Indicativo são empregados:
O tempo presente corresponde ao momento do evento e o momento da enunciação (fala), também é utilizado para expressar uma ação habitual e para fazer afirmações.
Exemplo: Denise costura muito bem.
Pretérito PerfeitoO tempo pretérito perfeito corresponde ao evento já concluído.
Exemplo: Denise costurou muito bem.
Pretérito ImperfeitoO tempo pretérito imperfeito corresponde ao evento não concluído, que se prolonga por algum tempo no passado.
Exemplo: Denise costurava muito bem.
Pretérito-mais-que-perfeitoO tempo pretérito-mais-que-perfeito corresponde a um evento ocorrido no passado, anterior a outro evento também ocorrido no passado.
Exemplo: Denise costurara muito bem quando jovem.
Futuro do presenteO tempo futuro indica que o evento é posterior ao momento da enunciação (fala). O futuro do presente refere-se a um evento futuro com relação ao momento presente.
Exemplo: Denise costurará muito bem.
Futuro do PretéritoO tempo futuro do pretérito indica que um evento futuro pode ou não ocorrer relacionado a um evento passado.
Exemplo: Você não gostaria de um pouco de feijão?
Como você já sabe, o modo Subjuntivo ocorre quando o conteúdo do enunciado é tomado como duvidoso pelo falante, indicando menos certezas de que a ação ocorra. De maneira geral, os verbos flexionados no modo Subjuntivo exprimem uma vontade ou sentimento do sujeito e, por esse motivo, a marcação de tempo não é tão precisa quanto as formas do modo Indicativo. Os tempos do modo Subjuntivo são sempre empregados em orações subordinadas, as quais mantêm uma relação de dependência modo-temporal com a oração principal.
Veja em quais contextos os diferentes tempos verbais do modo Subjuntivo são empregados:
O tempo presente do Subjuntivo é empregado em dois contextos:
É uma honra para nós (Oração principal) que conheçam nossos produtos (Oração subordinada substantiva subjetiva).
Um dia, morarei à beira da praia, (Oração principal) mesmo que precise mudar alguns hábitos. (Oração subordinada adjetiva restritiva)
O tempo pretérito imperfeito do modo Subjuntivo poder ser associado a ações relacionadas a momentos do presente, do passado ou do futuro. Nesse caso, a noção de tempo é definida pela flexão verbal e pela possibilidade de realização da ação expressa pelo Subjuntivo em um momento determinado. O tempo pretérito imperfeito do Subjuntivo é empregado em três contextos:
1. Associado ao tempo presente:
Se os alunos tivessem estudado, (Oração subordinada adverbial condicional) tirariam boas notas nas provas. (Oração principal)
Não havia um só livro de Machado de Assis (Oração principal) que ele não lesse. (Oração subordinada adjetiva restritiva)
3. Associado ao tempo futuro
Talvez os insumos pudessem ser reaproveitados (Oração principal) se não causassem alergia. (Oração subordinada adverbial condicional)
O tempo futuro do modo Subjuntivo é empregado para indicar uma eventualidade, uma possibilidade de ocorrência da ação em momento futuro.
Quando não tiver mais, (Oração subordinada adverbial temporal) você terá saudade. ( Oração principal)
Como você já sabe, o modo Imperativo ocorre quando o conteúdo do enunciado expressa uma ordem, conselho, súplica e pode assumir duas formas:
Exemplo:
Negativa afirmativa
Aprenda mais sobre os verbos da Língua Portuguesa estudando sobre as vozes do verbo e sobre os aspectos verbais.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/portugues/flexoes-verbais/
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