O termo Gentrificação é utilizado para se referir a um processo de segregação socioespacial que ocorre como uma forma de expulsão de uma população com renda econômica mais baixa de seu bairro, a partir da valorização econômica na região e o aumento médio do seu custo de vida.
A origem desse termo está associada a uma tradução não literal do inglês Gentrification, utilizado em Londres na década de 1960 para explicar a saída massiva de famílias trabalhadoras de bairros operários com pouca infraestrutura graças a um processo de melhorias na paisagem urbana. A princípio esses bairros contavam com degradações físicas, essas passaram por um processo de melhorias, feito que passou a atrair classes de rendas mais elevadas para o local.
As famílias de classe mais elevada que se mudam para esses bairros recém revitalizados são atraídas pela infraestrutura, arquitetura das construções, localização privilegiada, espaços culturais, entre outros elementos. Com sua chegada nesses locais serviços e estabelecimentos diferentes começam a ter demandas na região, sendo iniciados para suprir as necessidades dessa nova classe que chega ao bairro.
A chegada de novas classes sociais mais elevadas e serviços mais caros tendem aumentar o valor imobiliário na região, assim como os valores de serviços e comércios. Como resultado há uma elevação no custo de vida do local, as famílias com menos renda e pequenos proprietários comerciais que viviam nesse local são levados a se mudar para bairros mais afastados, sendo expulsos de seu bairro. No caso do comércio local alguns dos serviços que chegam tiram a competitividade de mercado na região, como a implementação de grandes redes de supermercados, farmácias, lojas de departamentos, etc.
Esse processo ocorre associado com a chamada especulação imobiliária, que pode ter origem vinda uma empresa privada, um grupo de empresas e até mesmo parcerias público-privadas. No caso da gentrificação elas promovem uma revitalização em bairros com potencial econômico viável, na busca de valorizar as construções financeiramente, para obter um retorno maior. Esse fator auxilia no processo de segregação socioespacial, isto é, a separação física das classes sociais, onde as menos favorecidas economicamente tendem a se mudar cada vez mais para longe dos grandes centros urbanos.
Um exemplo de gentrificação no Brasil ocorre na cidade de Recife com a implementação do projeto “Nova Recife” que propôs uma revitalização na orla da praia, porém o que houve foi um processo de gentrificação com a construção de prédios de luxo na região praieira atraindo moradores com renda elevada levando a população local a se mudar para os bairros mais distantes da cidade, principalmente pelo aumento do custo de vida na região.
De forma geral grandes capitais do país e até mesmo do mundo passaram pelo processo de gentrificação, pois os bairros vizinhos que possuíam classes trabalhadoras com rendas menores foram atingidas pelos processos de expansão desses centros, isto é, os centros tendem a ser aumentados para seus arredores de acordo com o aumento de pessoas e serviços ali presentes, a ocupação das áreas ao seu redor torna-se necessária, nisso os processos mascarados de revitalizações deixam esses bairros vizinhos mais atraentes levando altas classes para lá.
Bibliografia:
ALCÂNTARA, Maurício Fernandes de. 2018. "Gentrificação". In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia. Disponível em: http://ea.fflch.usp.br/conceito/gentrificação
http://www.courb.org/pt/o-que-e-gentrificacao-e-por-que-voce-deveria-se-preocupar-com-isso
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociologia/gentrificacao/
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