Teorias demográficas

As Teorias Demográficas surgiram para tentar explicar o aumento populacional e sugerir algumas possibilidades de políticas que possam minimizar os impactos desse crescimento da população.

Teoria Malthusiana

A primeira foi a Teoria Malthusiana, elaborada no final do século XVIII pelo pastor e economista inglês Thomas Malthus, que publicou a obra Ensaios sobre os princípios da população, onde escreve suas concepções acerca do crescimento populacional e suas consequências para o mundo.

Malthus se baseou no momento e espaço em que vivia, no período da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, que gerou um aumento significativo da população nessa área. A base de sua teoria acreditava que a população crescia em uma progressão geométrica (2, 4, 8, 16…), enquanto a produção de alimentos ocorria como progressão aritmética (2, 4, 6, 8…). Nesse sentido acreditava que faltariam alimentos para as pessoas, trazendo a morte por inanição.

Para reverter esse quadro, Malthus defendia o “Controle Moral”, onde propõe a abstinência sexual para a redução da natalidade.

Suas teorias foram rebatidas em pouco tempo, pois ele levava em consideração apenas a realidade inglesa, que aglomeravam populações nas cidades devido à industrialização recente, principalmente em Londres, não levando em conta outras realidades pelo globo.

Teoria Neomalthusiana

A Teoria Neomalthusiana surge no período pós Segunda Guerra Mundial baseada na teoria Malthusiana. Segundo ela, o alto número populacional nos países mais pobres, ou menos desenvolvidos (também chamados de subdesenvolvidos) era o principal fator da sua baixa economia. Os teóricos dessa corrente de pensamento apontavam que a alta natalidade desses países seria um gasto maior ao Estado, uma vez que deveria investir em saúde e educação para as juventudes.

Foram propostos métodos de controle de natalidade, incluindo a abstinência sexual, inclusão de métodos contraceptivos fornecidos pelo governo (anticoncepcionais e preservativos), criando uma ideia de Planificação Familiar.

Essa teoria influenciou muitos países na redução das taxas de natalidade na segunda metade do século XX, porém o problema da pobreza não foi solucionado com essas medidas, assim sendo, outras teorias surgem para refutá-la.

Teoria Reformista ou Marxista

A teoria reformista aparece para confrontar as teorias Malthusiana e Neomalthusiana, fundamentadas nas escrituras de Karl Marx, apontando que a pobreza do mundo não é culpa das altas taxas de natalidade, mas sim da má distribuição de renda, e que o alto contingente populacional dos países menos desenvolvidos estava ligado à exploração sofrida pelos países mais desenvolvidos, os mais ricos.

Segundo essa teoria o processo de exploração ocorrido com as colonizações foram os principais responsáveis pelo baixo desenvolvimento econômico desses países, e os fatores que possibilitariam uma redução populacional seria o investimento em cultura, educação, em geral na qualidade de vida dessa população.

A presença da redução de natalidade nos países mais desenvolvidos e com maior qualidade de vida foi um dos sinais em que os teóricos dessa vertente se basearam para demonstrar as ações de redução populacional, se opondo as políticas indicadas pelo Malthusianismo e Neomalthusianismo.

Transição demográfica

Essa é outra teoria que envolve o crescimento populacional divido em 4 fases que levam em consideração os momentos históricos e de desenvolvimento dos países, sendo eles:

1ª fase - Pré - Transição: Nessa fase os índices de natalidade e mortalidade estão altíssimos, isso indica uma sociedade com baixo desenvolvimento econômico, tecnológico e de infraestrutura. Não há mais registros de países nessa fase, caracterizando esses elementos de períodos pré-industrialização.

2ª fase - Aceleração ou Explosão Demográfica: Nela há um crescimento acelerado da população, porém o fator principal é a redução da taxa de mortalidade, indicando uma melhora no sistema de saúde e saneamento básico, além de se associar ao processo de urbanização.

3ª fase - Desaceleração Demográfica: Aqui é possível perceber uma redução das taxas de natalidade e mortalidade, projetos como o planejamento familiar e o aumento da qualidade de vida auxiliam nessa redução.

4ª fase - Estabilização Demográfica: Há um equilíbrio entre as taxas de natalidade e mortalidade, onde ambas se mantêm baixas, apresentando uma qualidade de vida mais elevada, resultando num aumento da expectativa de vida da população, apresentando também um controle demográfico.

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