A Geografia Quantitativa, também conhecida por Geografia Pragmática, Teorética ou até mesmo Nova Geografia, diz respeito a área de estudo sobre a análise espacial usando dados numéricos e estatísticos.
Essa área foi desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente entre as décadas de 1960 e 1970, com o intuito de auxiliar os principais países capitalistas, como os europeus e os EUA, a reestruturar suas e economias após um cenário de devastação pelos conflitos. Em geral essa área da geografia se contrapõe de certa maneira a geografia tradicional, acreditando que os números poderiam interferir na realidade dos espaços, de forma a substituir os trabalhos de campo por estudos e análises laboratoriais mensurando dados estatísticos através de gráficos e tabelas.
Algumas de suas principais características são a base do conhecimento através da experiência, defendendo os métodos científicos e matemáticos para a explicação de diversos fatores relacionados ao espaço geográfico. Ela também vai recusar o dualismo existente entre ciências naturais e ciências sociais.
A geografia quantitativa possui como outra característica importante uma base técnica e planejada, tendo como foco o desenvolvimento capitalista, fazendo com que o pensamento geográfico torne-se abstrato. Dessa maneira o uso de modelos matemáticos serve como análise do espaço para agir sobre o meio, ou seja, fortalece investimentos governamentais ou privados sobre áreas específicas em que a natureza possa representar uma funcionalidade, analisando meios estatísticos.
O conceito de natureza é alterado nessa área de estudo, sendo vista como um espaço geométrico, matemático, hierarquizado, tendo como finalidade o interesse dos governos sobre seus recursos e disponibilidades, servindo então ao sistema capitalista. Nesse sentido a natureza é vista como importante recurso para o desenvolvimento econômico de uma região a partir de sua exploração, isto é, a natureza passa a ser vista como objeto, não mais como parte do espaço.
Algumas críticas foram levantadas em relação e esse modo de estudar o espaço através da matemática, pois ela compreendia o espaço como homogêneo e seus acontecimentos eram apontados como gerais, sem levar em conta os intervalos e as particularidades.
No Brasil a geografia quantitativa é um elemento abordado principalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde é possível notar em seu próprio nome o uso dos estudos matemáticos para a ciência geográfica.
As pessoas passam a ser vistas como números e não mais indivíduos com identidades, a produção de conhecimento na geografia passa a ser impessoal, tendo como maior importância o método fatorial.
O uso dessa área de estudo no país não teve uma duração longa, seu surgimento ocorre no final da década de 1960 e início de 70, porém nesse mesmo período houve o desenvolvimento de outro ramo da geografia que teve uma função de contrapor a geografia quantitativa, essa que se forma é chamada de Geografia Crítica.
A Geografia Crítica tem como base compreender as relações sociais como agentes do espaço, excluindo a neutralidade trazida pela geografia tradicional e pela quantitativa, dessa maneira a questão de classes sociais é posta como instrumento de análise do espaço. Com isso a geografia crítica consegue romper com a quantitativa, trazendo um importante marco para o desenvolvimento do pensamento geográfico no Brasil.
Bibliografia:
http://www.feth.ggf.br/Geoquant.htm
https://geografalando.blogspot.com/2012/03/assunto-evolucao-do-pensamento_16.html
http://www.ub.edu/geocrit/b3w-786.htm
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/geografia-quantitativa/
Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.