1994. Eclode uma guerra civil em Ruanda, África. As duas principais etnias daquele país, os tutsi e os hutus, se envolvem em um conflito que em poucos meses mata milhares de pessoas, a maioria civis.
O conflito, ápice de uma história de divergências entre as duas etnias, é retratado no filme de Terry George (roteirista de “Em Nome do Pai”), “Hotel Rwanda”, lançado em 2004 e que recebeu três indicações para o Globo de Ouro como melhor filme, melhor canção e melhor ator (Don Cheadle no papel de Rusesabagina, o protagonista do filme).
A história central do filme é o episódio vivido pelo administrador do hotel belga quatro estrelas “Milles Collines”, localizado em Kigali, capital de Ruanda. Paul Rusesabagina era hutu, a etnia dominante que iniciou a campanha para eliminação física da oposição política dos tutsis. Mas sua mulher era tutsi.
Rusesabagina se tornou um herói ao abrigar no hotel cerca de 1.200 pessoas que assim como sua mulher eram tutsis, contando apenas com sua coragem para isso depois que as forças da ONU se recusaram a intervir no conflito.
O conflito que teve como estopim a morte, em um suposto atentado aéreo no aeroporto de Kigali, dos presidentes de Ruanda e do Burundi, Júvenal Habyarimana e Cyprien Ntaryamira respectivamente, ambos hutus; ceifou a vida de milhares de pessoas em menos de cem dias e obrigou outras tantas a se refugiar nos países vizinhos.
“Hotel Ruanda” recebeu ainda três indicações ao Oscar (melhor ator, melhor atriz coadjuvante, e melhor roteiro original), uma indicação ao BAFTA (melhor roteiro original) e ganhou o “Prêmio do Público” no festival de Toronto, Canadá.
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