Um dos maiores gênios da música, o compositor barroco, organista, violinista e cravista, Johann Sebastian Bach representa uma síntese dos principais estilos, formas e tradições nacionais de gerações precedentes, além de ter levado a efeito, por sua natureza melódica, a sistematização dos princípios tonais que dominaram a música ocidental até o final do século XIX. Foi ele quem aperfeiçoou a arte do contraponto, isto é, a composição em polifonia. Suas obras de música religiosa, vocal ou instrumental revelam a riqueza da linguagem harmônica e a alta espiritualidade.
Bach nasceu na região alemã da Turíngia, no dia 21 de março de 1685 e cresceu em ambiente luterano. Vinha de uma linhagem de músicos e, ficando órfão antes dos dez anos, passou a ser criado pelo irmão mais velho, o organista Johann Cristoph, responsável pela sua educação musical.
Seu primeiro emprego foi como organista da igreja de Neufirche, de Arnstadt, em 1703, onde trabalhou durante cinco anos e compôs suas primeiras obras religiosas. Nessa época, casou-se com sua prima Maria Bárbara, com quem teve sete filhos.
Contratado pelo duque Wilhelm Ernst em 1708, mudou-se para Weimar, mas não gostou de não ter seu trabalho valorizado. Assim, aceitou a proposta do príncipe Leopold Von Anhalt-Coethen e se mudou para Coethen, mesmo com um salário inferior. Neste lugar, compôs seis Concertos Brandemburgueses e as Suítes para Orquestra.
Como ficou viúvo em 1721, casou-se novamente com Anna Magdalena Wülker, com quem teve mais 13 filhos. Muda-se para Leipzig, para atuar como diretor do coro da igreja de São Tomás. Ali, compõe as suas paixões mais conhecidas: São Matheus e São João.
Bach foi o responsável por desagregar a música do canto e da dança, dando-lhe vida própria. Foi na Prússia, a pedido do conde Hermann von Keiserling, que Bach compôs as célebres Variações Goldberg. O conde sofria de insônia e queria que Bach produzisse música para distraí-lo quando não conseguisse dormir. Assim, a música instrumental passou a ser usada como fruição, não apenas como “pano de fundo” para danças, representação teatral ou canto.
Assim como teve muitos filhos, Bach também deixou-nos uma grande riqueza cultural: ele compôs mais de 1.100 peças, entre oratórios, concertos, tocatas, cantatas, paixões, todas em sua maioria músicas sacras, apesar de, nesta época, a música não estar mais vinculada à Igreja.
Bach refugiou-se em Leipzig em 1749, falecendo no ano seguinte, praticamente cego. Deixou uma obra inacabada, a “Arte da Fuga”. Sua morte foi lamentada como a de um grande violinista e cravista, e não mereceu nada mais do que uma pequena nota de falecimento.
Depois de sua morte, um cidadão com as iniciais BWN catalogou toda a obra de Bach. Essas letras constam em suas composições no local destinado à numeração do Opus. Apesar do valor musical de suas obras, ela esteve no anonimato durante muito tempo, por ser julgada como uma música “melancólica, hermética e mística”.
Graças à Felix Mendelssohn, em 1829, quando promoveu o chamado “Retorno a Bach” em Berlim, onde apresentou sob sua regência, “A Paixão Segundo São Matheus, sua obra recebeu o prestígio que merecia, sendo hoje tocada e apreciada no mundo inteiro. Sua “Tocata e Fuga em Ré Menor” foi utilizada por diversas vezes em filmes, inclusive em “Os Gladiadores do Futuro” (1975), do cineasta norte-americano Norman Jewison.
Fontes MONTEZUMA, Marcos. Aprendendo a ouvir música clássica. Fortaleza, Expressão Gráfica e Editora LTDA, 2005, p. 37-40.
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