Lendas da Região Sudeste

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    Carla MunizProfessora licenciada em Letras

    Por ser um país bastante miscigenado, o Brasil possui uma ampla diversidade que se reflete não só nas características físicas de seu povo, mas também na sua cultura e em suas crenças.

    A região sudeste, por exemplo, possui lendas onde há influência da cultura africana e da cultura indígena. Além disso, também é possível notar que muitas das lendas têm cunho religioso.

    Confira a seleção que o Toda Matéria preparou com as principais lendas da região sudeste do nosso Brasil.

    1. Lenda da Missa dos Mortos

    A lenda da Missa dos Mortos teve origem no início do século XX, por volta do ano 1900, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais.

    No local, havia uma igreja chamada Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima, que era carinhosamente cuidada por um zelador de nome João Leite.

    Diz-se que, certa vez, João foi acordado a meio da noite por barulhos que vinham da igreja. O zelador se dirigiu ao local temendo se tratar de um assalto. Ao chegar lá, em vez de encontrar ladrões, João Leite se deparou com a celebração de uma missa.

    Quando o sacerdote levantou o rosto para dizer o Dominus Vobiscum (O Senhor esteja convosco), João reparou que seu rosto, na verdade, era uma caveira.

    Ao observar melhor os fiéis, viu que também eles, que estavam vestidos com uma espécie de capa com capuz e tinham suas cabeças ligeiramente inclinadas para baixo, eram esqueletos vestidos.

    Assustado, correu para uma porta que dava para um cemitério. João ficou ainda mais surpreso ao ver que essa porta, que estava sempre trancada, nesta noite estava totalmente aberta.

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    2. Lenda do Chibamba

    A lenda do Chibamba consiste em um fantasma que assombra crianças, participando de seus pesadelos. Trata-se de uma lenda da África que chegou ao Brasil por intermédio dos nativos.

    Os africanos costumavam ornamentar o corpo com folhas de bananeira em alguns de seus rituais (pesca, caça, colheita, etc.). Por vezes eram mostrados às crianças como criaturas que viriam atormentá-las sempre que elas não quisessem dormir.

    Considerado uma variação do Bicho-papão, o Chibamba é também conhecido como “espírito das bananeiras”, pois assim como faziam os africanos em alguns de seus rituais, o Chibamba se veste com folhas da planta.

    A criatura é conhecida por roncar como um porco, dançar descompassadamente e girar enquanto caminha.

    Essa lenda era utilizada pelos adultos como forma de educar as crianças a irem para a cama no horário correto, pois elas acabavam por ter medo de que o Chibamba viesse assombrar os seus sonhos.

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    3. Lenda da Mula sem Cabeça

    A lenda da mula sem cabeça é a história de uma mulher que foi amaldiçoada por Deus como punição pelos seus pecados.

    Há muitas variações sobre o que seriam exatamente esses pecados, mas a teoria que ganhou mais força ao longo dos tempos afirma que a mulher teria tido um relacionamento amoroso com um padre.

    A maldição transformou a mulher em uma mula que possui um freio de ferro e, que no lugar da cabeça, possui chamas de fogo.

    A Mula sem cabeça costuma correr pelos campos relinchando muito alto e assustando pessoas que aparecem em seu caminho. Por vezes, ela parece soluçar como um ser humano.

    Diz-se que o encanto apenas terá fim se alguém tiver a coragem de lhe arrancar tal freio de ferro ou de feri-la a fim de que ela perca um pouco de sangue.

    A lenda da mula sem cabeça é uma espécie de lição de moral religiosa para mostrar que as mulheres não podem se envolver com os religiosos ou recebem um castigo.

    VEJA TAMBÉM: Mula sem Cabeça

    4. Lenda do Bicho-papão

    O Bicho-papão é um dos personagens do folclore mais conhecidos não só no Brasil, mas também no mundo.

    Segundo a lenda, ele costuma assustar crianças mal-educadas, desobedientes e mentirosas.

    Diz-se que o Bicho-papão é uma espécie de monstro que se esconde embaixo da cama, dentro de armários e atrás das portas dos quartos das crianças que se comportam mal para assustá-las ou devorá-las durante a noite. Daí vem a origem do nome “papão”; do verbo “papar”, que significa “comer”.

    Há também uma versão da lenda que afirma que o personagem fica observando as crianças de cima do telhado da casa delas e entra em ação sempre que verifica um mau comportamento.

    A história do Bicho-papão costuma ser contada às crianças com intuito educativo. Embora incite algum medo, a intenção é de mostrar à criança que ela precisa ser educada e ter respeito por tudo aquilo que lhe é pedido.

    VEJA TAMBÉM: Bicho-papão

    5. Lenda do Cavalo Invisível

    Na época da Quaresma, período que antecede a Páscoa, os fiéis se preparam para celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo.

    No entanto, muitas pessoas não acreditam ou não dão importância a essa tradição.

    Diz-se que o cavalo invisível é uma espécie de recado de Deus para os descrentes, como forma de impor respeito ao sofrimento de seu filho.

    O cavalo costuma passar galopando de noite, perto da janela do quarto onde dorme a pessoa que não acredita nas tradições da Quaresma (como não comer carne e praticar a caridade, etc.).

    Ao ouvir o galope do cavalo, muitos já tentaram olhar pela janela, ou mesmo sair rapidamente de casa, a fim de ver o animal. No entanto, ninguém teve sucesso.

    Dizem que o motivo de ninguém conseguir vê-lo é o fato de ele ser invisível.

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    6. Lenda do Curupira

    O Curupira é um jovem de cabelos ruivos ligeiramente compridos, que costuma aparecer montado em um porco selvagem para defender a mata e os animais da floresta onde vive. Há quem diga que ele é, na verdade, um índio.

    Além dos cabelos avermelhados, uma das principais características do Curupira são seus pés virados para trás.

    O personagem costuma enganar e confundir as pessoas que tentam fazer mal à floresta e aos animais. Quando tentam encontrá-lo, as pegadas ao contrário acabam por fazer com que as pessoas o procurem em uma direção diferente daquela onde ele realmente está.

    De forma a manter longe todos aqueles que querem danificar a natureza, o Curupira costuma assobiar e uivar como lobo de forma assustadora.

    Diz-se que os animais da floresta costumam pedir ajuda ao Curupira através de um assobio. Ele prontamente aparece e se preciso for, chega até mesmo a atacar.

    Acredita-se, inclusive, que o personagem seja responsável pelo desaparecimento daqueles que destroem o meio-ambiente e pelo esquecimento repentino de trilhas e caminhos da floresta por parte de lenhadores e caçadores.

    VEJA TAMBÉM: Curupira

    7. Lenda do Lobisomem

    Também conhecido como Licantropo, o Lobisomem é um personagem do folclore que durante o dia se assemelha a um homem comum e durante as noites de lua cheia se transforma em uma espécie de lobo.

    Uma das versões da origem da lenda afirma que como castigo de Deus, um homem foi mordido por um lobo e passou a transformar-se em um ser semelhante nas noites de lua cheia.

    As pessoas costumam identificar o Lobisomem quando ele está sob a forma humana por conta de suas grandes olheiras, aspecto cansado e comportamento estranho: o homem que vira Lobisomem costuma desconfiar de tudo e de todos e está sempre muito atento às outras pessoas.

    Sob a forma de lobo, a criatura tem o hábito de vaguejar pela noite em busca de sangue para se alimentar.

    Diz-se que a prata e o fogo são as duas únicas formas de aniquilar o Lobisomem.

    VEJA TAMBÉM: Lenda do Lobisomem

    8. Lenda da Amorosa

    A lenda da Amorosa é uma lenda original do Rio de Janeiro, mais especificamente de Conceição de Macabu, que conta a história de dois índios, Ipojucam e Jandira.

    Os dois índios apaixonaram-se, ficaram noivos e na véspera do casamento, Ipojucam ofereceu uma grande caça a Tupã, divindade indígena, para que a cerimônia fosse abençoada.

    Anhagá, deus da morte que invejava as habilidades de caça do índio, apareceu para ele sob a forma de onça e o desafiou para uma luta.

    A onça foi fatalmente ferida. Descontente, Anhagá ressuscitou o animal, que foi perseguido por Ipojucam até chegarem perto de uma cachoeira onde estava Jandira.

    Sob a forma de onça e com a intenção de atingir Ipojucam, Anhagá decidiu atacar a índia, mas acabou mais uma vez derrotado.

    O sentimento de humilhação de Anhagá fez com que ele se transformasse em uma tromba d’água e arrastasse Jandira e Ipojucam para o fundo da cachoeira, que passou a se chamar Cachoeira da Amorosa.

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    Carla MunizProfessora, lexicógrafa, tradutora, produtora de conteúdos e revisora. Licenciada em Letras (Português, Inglês e Literaturas) pelas Faculdades Integradas Simonsen, em 2002.
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