O termo morfologia, tradicionalmente empregado, designava o estudo das formas das palavras de uma língua. A gramática clássica era dividida em três partes: flexão, derivação (ou formação de palavras) e sintaxe.
Mesmo sendo consideradas indivisíveis, as palavras apresentavam flexões (variações acidentais). Como eram de base filosófica, o essencial nessa gramática era a classificação das palavras de acordo com essas flexões.
Só no século XIX, por volta de 1860, a palavra morfologia foi utilizada como termo linguístico, envolvendo apenas a flexão e derivação. Esse nome teve influência do modelo evolucionista de Darwin obre os estudos da linguagem. Os gramáticos e filólogos almejavam descobrir a origem da linguagem através do estudo da evolução das palavras em indo-europeu. Houve, nesta época, um crescente interesse no estudo sistemático dos processos de formação das palavras, pois os gramáticos consideravam as formas mínimas constituintes das palavras como elementos originários.
Para Saussure, o pai da linguística, “a morfologia não tem objeto real e autônomo”. Alguns linguistas, tendo em vista as inter-relações entre os dois níveis, morfológico e sintático, preferem chamar morfossintaxe.
Mattoso Câmara, porém, nega a tese de Saussure, aproveitando-se da noção de relação associativa ou paradigmática. Entretanto, “nenhuma parte da língua pode ser descrita adequadamente sem referência a toas as outras partes”. Isso significa que, devido à inter-relação entre a fonêmica, a morfologia e a sintaxe de uma língua não podem ser descritas isoladamente.
A morfologia (morfe=forma, logia=estudo) é o ramo da linguística que estuda as formas das palavras em diferentes usos e construções. Trata das estruturas internas das palavras e dos seus constituintes significativos mínimos ou morfemas. Nida (apud Laroca, p. 14) define morfologia como “o estudo dos morfemas e seus arranjos na formação das palavras.
Leonar Cabral, em sua didática definição, considerando a morfologia como um ramo independente da sintaxe, afirma que morfologia é “a parte da gramática que descreve as unidades mínimas de significado, sua distribuição, variantes e classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que ocupam, os processos na formação de palavras e suas classes”.
Fontes LAROCA, Mª Nazaré de Carvalho. Manual de Morfologia do Português. Juiz de Fora, Pontes, UFJF, 1994, p. 11-4.
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