Plantas medicinais são seguras para a saúde?

As plantas medicinais, espécies vegetais utilizadas com propósitos terapêuticos, são seguras para a saúde quando prescritas de forma adequada. Além disso, para o uso seguro das plantas medicinais é necessário que você seja orientado por um profissional de saúde qualificado ou fitoterapeuta sobre as possíveis interações medicamentosas.

12 plantas medicinais utilizadas para cuidados em saúde

Atualmente existem 12 plantas medicinais que constituem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais do Ministério da Saúde. Estas plantas foram submetidas a pesquisas que atestaram a sua eficácia e por este motivo fazem parte dos medicamentos que podem ser usados por profissionais de saúde.

1. Alcachofra (Cynara scolymus L.)

As folhas de alcachofra podem ser utilizadas em forma de chá e somente por adultos. É indicada para tratar distúrbios relacionados à má digestão. Não deve ser utilizada por pessoas com doença da vesícula biliar. Em pessoas com hepatite grave, falência hepática e câncer do fígado, deve ser usada com cautela. O uso de alcachofra pode provocar fraqueza, sensação de fome e flatulência (gases). É possível também consumir em cápsulas, comprimidos, solução oral ou tintura.

2. Aroeira (Schinus terebinthifolius R.)

A casca do caule de aroeira pode ser utilizada por decocção (colocar as cascas em água fervente) como adstringente e cicatrizante para tratar inflamação vaginal e leucorreia (corrimento vaginal). Pode ser encontrada em gel vaginal e óvulo vaginal.

3. Babosa (Aloe vera L.)

A babosa tem ação cicatrizante e anti-inflamatória e é indicada para o tratamento tópico (local) de queimaduras de 1o e 2o graus e como coadjuvante nos casos de psoríase vulgaris (caspa). O seu uso pode desencadear dermatite de contato ou sensação de queimação. Nestes casos, o uso deve ser suspenso. Pode ser encontrada em creme e gel.

4. Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana D.C.)

A casca da cáscara- sagrada é recomendada para tratar eventuais constipações intestinais em pessoas adultas. Durante o uso pode ser observada a mudança de coloração da urina e desconforto gastrointestinal, especialmente em pacientes com cólon irritável.

Não é recomendado para pessoas com obstrução intestinal, refluxo, inflamação intestinal aguda (doença de Crohn), colite, apendicite, dor abdominal de origem desconhecida, polipose intestinal (crescimento anormal de tecido intestinal), por mulheres grávidas ou que estão amamentando e por crianças menores de 12 anos.

5. Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia)

O chá das folhas de espinheira-santa pode ser usado somente por adultos e é indicado para dispepsia (distúrbios digestivos), azia e gastrite. Pode atuar como coadjuvante no tratamento episódico de prevenção de úlcera em pessoas que se encontram em uso de anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno. O chá não deve ser consumido por crianças com idade inferior a 6 anos, mulheres grávidas ou que estão amamentando. No caso das lactantes, o uso de espinheira-santa provoca a redução na produção de leite materno.

A espinheira-santa pode ainda ser encontrada em cápsulas, suspensão e emulsão oral e tintura.

6. Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens D.C.)

A raiz da planta chamada garra-do-diabo pode ser utilizada por adultos na forma de chá. É utilizada para atenuar dores articulares (artralgias), artrose e artrite. Portadores de úlceras estomacais e duodenais não devem utilizar garra-do-diabo.

Pode ser encontrada em, comprimidos, cápsulas e ainda em comprimidos de ação lenta.

7. Guaco (Mikania glomerata Spreng)

O chá de folhas de guaco atua como expectorante em quadros de gripe, resfriado, bronquite alérgica e infecciosa. Pode ser consumido por adultos e crianças. O uso do guaco pode interferir na coagulação sanguínea. Quando utilizado em doses superiores a recomendada pode provocar diarreia e vômitos. Há possibilidade de interação com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno. É possível encontrar o guaco em forma de tintura, xarope e solução oral.

8. Hortelã-pimenta (Menthax piperita L.)

As folhas e sumidades floridas do hortelã-pimenta pode ser usado por adultos e crianças na forma de chá. É indicado para cólicas, flatulência (gases) e distúrbios hepáticos. Deve ser usado com cautela em pessoas com cálculos biliares. Não deve ser consumido por portadores de danos hepáticos severos, em caso de obstruções biliares e por mulheres que estão amamentando. Pode-se encontrar hortelã-pimenta em cápsulas.

9. Isoflavona-de-soja (Glycine max L.)

A isolflavona-de-soja é indicada como coadjuvante no tratamento dos sintomas da menopausa e pode ser utilizada na forma de comprimidos ou cápsulas.

10. Plantago (Plantago ovata F.)

O chá das folhas de plantago é utilizado como adstringente e anti-inflamatório em quadros de infecção na boca e laringe. Deve ser utilizado para uso tópico em bochechos ou gargarejos e não deve ser ingerido. A casca da semente de guaco nunca deve ser utilizada. É contraindicado para pessoas que possuem pressão arterial baixa, obstrução intestinal ou mulheres grávidas. É encontrado sob a forma de pó para dispersão oral.

11. Salgueiro (Salix alba L.)

A casca do caule de salgueiro somente pode ser usada por adultos na forma de chá. É indicado em casos de inflamação, dor, febre, gripes e resfriados. Deve ser utilizado com cautela por pessoas em uso de anticoagulantes, corticoides e anti-inflamatórios. Não pode ser consumido em combinação com maracujá ou noz moscada. Pode ser encontrada em comprimidos, elixir e em solução oral.

12. Unha-de-gato (Uncaria tomentosa)

A entre casca da unha-de-gato é utilizada como anti-inflamatório nos quadros de dores musculares e dores articulares como artrite e artrose. Deve ser consumida somente por adultos na forma de decocção (colocar as entre cascas em água fervente). Não é recomendado o consumo antes e depois de sessões de quimioterapia e nem por portadores de hemofilia (distúrbio de coagulação). Pode provocar cansaço, diarreia e febre.

Cuidados quanto ao uso de plantas medicinais

A utilização de plantas medicinais e fitoterápicos é reconhecida e encorajada pela Organização Mundial de Saúde e, por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e da Política Nacional de Plantas Medicinais, é recomendada pelo Ministério da Saúde. Entretanto, alguns cuidados são necessários:

  • Não utilize plantas medicinais sem orientação, especialmente se você usa medicamentos de uso contínuo;
  • Comunique ao/à médico/a se você começou a utilizar alguma planta medicinal por conta própria;
  • Utilize as plantas medicinais conforme orientação e nas dosagens prescritas;
  • So você sentir algum efeito colateral suspenda o uso da planta medicinal;
  • Não substitua seus medicamentos por plantas medicinais.

Antes de iniciar o uso de plantas medicinais busque orientação de um profissional de saúde qualificado ou fitoterapeuta.

Referências bibliográficas

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